
Por que o mercado esportivo está desesperado atrás dos jovens?
Se tem alguém que está sendo estudado neste momento é o público jovem. Se analisarmos da perspectiva do mercado esportivo, que acabou de ter uma experiência impactante (para não manifestar amedrontadora) com a Pandemia do COVID-19, podemos ver que o seu cliente/fã é o núcleo das atenções. É chover no molhado manifestar isso? Sim, é verdade. Mas, em meio a esse grupo, quem são os queridinhos? Talvez os players do mercado indiquem isso. Quer ver?
Mercado esportivo procura os jovens, que por sua vez, estão desinteressados pelo esporte
Vamos iniciar por cima. A Nike. O maior valuation de marca esportiva do mundo, US$ 53,7 bilhões (“pouco” mais de R$ 240 bilhões), de harmonia com a Global Brands 2023. Esse valor é equivalente a uns 2% do PIB do Brasil. Ok, sem dúvidas é muito numerário. A empresa tem uma notícia consolidada que fixa em nossa mente o “Just do it”, uma marca que buscar trazer inspiração e inovação para todos os atletas. E é aí, que entra o xeque-mate: todo mundo que tem um corpo, pode ser um desportista, conforme a empresa enfatiza.
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Agora pensa comigo, quem tem um corpo por mais tempo, é desportista por mais tempo e tem a chance, portanto, de precisar por mais tempo da Nike. Ou seja, quanto mais jovem, mais perpétuo será a relação entre Nike e o consumidor. Tudo isso que eu falei tem um nome, não vou me aprofundar, porque não é intuito neste momento, mas é uma métrica chamada lifetime value (LTV)
, um indicador de previsibilidade orçamentária que a empresa pode prezar de seus clientes durante seu período de “vida de compra”.
E qual é o problema agora? Não foi sempre assim?
Sim, é real. É uma lógica atemporal serve para ontem, hoje e deve continuar. Mas esse momento do dedo que estamos mudando a cada dia torna o jogo mais difícil, incluindo o processo de tomada de decisão. Para isso, vamos estudar o comportamento humano (marketing é isso em sua núcleo) e dar uma olhada porquê as coisas estão no Brasil e no Mundo:
População GLOBAL
por geração (de harmonia com dados da Bloomberg , dados da ONU, Pew Research Center):
Baby Boomers
(nascidos entre 1946 e 1964 ):
Estimativa de 1,9 bilhões de pessoas em 2020
Geração X
(nascidos entre 1965 e 1980) :
População de muro de 1,2 bilhão de pessoas em 2019
Geração Y ou Millennials
(nascidos entre 1981 e 1996): Aproximadamente 2,43 bilhões de pessoas em 2019
Geração Z
(nascidos entre 1997 e 2010): Superou a população Millennial em 2019, chegando a 2,47 bilhões de pessoas
Geração Alpha
(nascidos a partir de 2010): Muro de 260 milhões em 2023, segundo o World Economic Forum.
E cá no Brasil?
Se recorrermos à pesquisa do Itaú BBA de 2019, é provável ver uma estimativa de que até o ano de 2030 muro de 70% da força de trabalho do país seja dos Millenials (nascidos entre 1981 e 1996). Porém, 24% da população já é da geração Z, que por sua vez, está mais habituada a consumir bens materiais e não ter tanto planejamento financeiro, o que resulta em compras feitas por impulso, segundo pesquisa do YouGov Profiles.
Agora as coisas começam a fazer sentido
Se chegamos a epílogo que a Geração Z são consumidores por impulso, na média, esse vai ser o público mais difícil de fidelizar. Logo, se antes os nossos pais e avós só compravam coisas de uma determinada marca, hoje, o que manda são outros tomadores de decisão, que partem, geralmente, de qualquer gatilho influenciador. Bingo!
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Neste ponto em diante já conseguimos entender, basicamente, porque os influenciadores digitais estão em subida. É isso que vai fazer o COB (Comitê Olímpico Brasílico), por exemplo, a levar um time de influenciadores digitais para apadrinharem o Time Brasil nos Jogos Olímpicos de Paris 2024, porquê disse na postagem anterior cá no Esporte é Experiência
. Inclusive, isso repercutiu muito essa semana, com a polêmica envolvendo Joel Jota
.
Esse movimento de procura pelo rejuvenescimento por meio da influência é o que faz a Adidas apostar na parceria com os influenciadores-artistas Jade Picon, João Guilherme, Urias, Pablo Vittar, Anitta, Jão entre outros. Mas, será que a Adidas sabe que essas pessoas não têm relação com o esporte? Mas é simples que sim.
Geração Z é desapegada e não liga tanto para o esporte
Além do combo “desapego + compras por impulso”, a geração Z também não é tão conectada com o esporte com o resto da população. Ainda seguindo os dados do YouGov Profiles, quase 22% é assim, quando comparada a média da população, que é 19,7%. Pode parecer pouco, mas já é um apontamento que guia a estratégia das empresas. Ah, só por curiosidade, essa geração também é a que menos ingere bebidas alcoólicas (49,3% vs. 47,9% a nível da população vernáculo) e, por um adendo de curiosidade, a que mais se identifica porquê gamer (73,7% vs. 66,4% a nível da população vernáculo).
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Agora você entende a Adidas, né? Vender “esportes” para quem não quer consumir tanto o esporte, mas quer o resultado.
Qual epílogo podemos chegar?
Esse é o repto que teremos enquanto mercado esportivo. Da geração Z em diante. Não basta ser somente esportivo. Já vimos que esporte por esporte não convence quem é mais novo. Por isso, quem faz esporte, ou seja, os players da indústria, estão antenados, tal porquê, nos setores de tendência, turismo, eletrônico, entre outros. A atenção desse jovem é disputada e é difícil ele ter foco em uma coisa só. As redes sociais são um indicativo disso.
Aliás, não só o jovem, quem aí consegue testemunhar a uma partida inteira de futebol sem estar em uma segunda tela? Será que é isso que nos torna jovens? Ou quer manifestar que estamos nos influenciando por eles? Vamos refletir.
*Gilmar Junior é desportista de flag football 8×8 do Brasil Devilz, jornalista, profissional em gestão e marketing esportivo e está se especializando em gestão da experiência do consumidor