Canadá bate Venezuela nos pênaltis e vai enfrentar Argentina nas semis da Copa América

JUAN MABROMATA

O goleiro Maxime Crepeau voa para a esquerda para tutorar o pênalti cobrado pelo venezuelano Wilker Angel na vitória do Canadá nos pênaltis em 5 de julho de 2024, pelas quartas de final da Despensa América, em Arlington, Texas

JUAN MABROMATA

O Canadá fez história nesta sexta-feira (5) ao vencer a Venezuela por 4 a 3 nos pênaltis, depois um empate em 1 a 1 no tempo regulamentar, e se qualificar para as semifinais da Despensa América-2024, onde enfrentará a Argentina.

O goleiro Maxime Crepeau defendeu as cobranças de Jefferson Savarino e Wilker Ángel e se tornou o herói da seleção canadense no AT&T Stadium em Arlington, Texas. Yangel Herrera também errou seu chuto pela ‘Vinotinto’, mandando a globo na trave.

“Isto é incrível, semifinais da Despensa América! Acho que todos têm que ter consciência do reverência que leste país merece”, disse Crepeau, depois o jogo.

Jonathan David, Moise Bombito, Alphonso Davies e Ismael Koné converteram para os canadenses que, já em sua primeira Despensa América, se colocam entre as quatro melhores seleções do continente, sob o comando do técnico americano Jesse Marsch.

“Teremos que jogar contra a Argentina a melhor partida que pudermos fazer e, mesmo assim, pode não ser suficiente, mas seja lá o que for que vamos buscar pelo resultado (…), queremos jogar a partida das nossas vidas”, disse Marsch.

Jacob Shaffelburg abriu o placar para o Canadá aos 12 minutos diante de 51.000 espectadores, a esmagadora maioria de venezuelanos, e o maior bombeiro da história da ‘Vinotinto’, Salomón Rondón, empatou no segundo tempo com um golaço em que chutou de longe com o goleiro avançado (65′).

Na terça-feira, o Canadá vai enfrentar a atual campeã mundial Argentina no MetLife Stadium em East Rutherford, Novidade Jersey, valendo uma vaga na final do torneio.

As duas seleções já se enfrentaram na partida de fenda da Despensa América, em Atlanta, com vitória da ‘Albiceleste’ por 2 a 0.

– Contra a maré vinotinto –

Rondón, impulsionado pela campanha 100% que a Venezuela havia feito na período de grupos, testou rapidamente Crepeau, com um chuto aos três minutos que o goleiro defendeu.

A cada vez que o Canadá tocava na globo, se ouvia uma vaia, além de um esquina provocativo nas arquibancadas em referência ao vizinho Estados Unidos: “USA! USA!”

Mais de 7,5 milhões de venezuelanos migraram na última dezena devido à crise no seu país, segundo estimativas da ONU, e mais de meio milhão vivem nos Estados Unidos.

A equipe de Marsch ignorou o envolvente contrário e começou a ser perigosa principalmente com Shaffelburg.

O lateral-direito Jon Aramburu salvou a Venezuela duas vezes: bloqueou um chuto muito longo de Jonathan David, um disparo sobre 40 metros do gol que buscava surpreender o goleiro Rafael Romo depois permanecer vendido em uma saída de globo, e depois interceptou novamente na risco do gol um chuto de Cyle Larin no rebote que ele mesmo provocou.

Pouco depois, veio o gol canadense.

David avançou e mandou na extensão para Shaffelburg, que bateu Romo com uma finalização delicada perto da trave esquerda do goleiro.

A Venezuela, em desvantagem, se lançou ao ataque.

O Canadá mostrou virtudes no contra-ataque: Shaffelburg, imparável, fez o cumeeira Romo se esticar todo aos 24 minutos para evitar mais um gol e aos 26 liderou um grande contra-ataque que Jonathan David desperdiçou com um chuto mal executado.

– Golaço de Rondón e logro –

O técnico da Venezuela, o prateado Fernando Batista, manteve os nomes depois o pausa, mas fez um ajuste importante: os pontas Eduard Bello e Yeferson Soteldo trocaram de lado.

Aos 54 minutos, José Martínez teve uma grande chance de empatar com um chuto, mas a globo foi para fora.

Com o placar permanecendo inalterado, ‘El Bocha’ Batista arriscou, sacrificando um meio-campista, Cristian Cásseres, com a inclusão de Jhonder Cádiz, segundo atacante, para escoltar Rondón.

Se a ‘Vinotinto’ ia se despedir do torneio, o faria de cabeça erguida.

E Rondón deixou muito clara essa teoria: um chuto de Aramburu da extensão venezuelana encontrou o atacante que se livrou de Moise Bombito com sua força física. Ele arriscou de longe e pegou Crepeau de surpresa. A Venezuela empatou e as arquibancadas foram ao delírio.

Rondón se tornou assim o maior bombeiro de sua seleção na história da Despensa América, com sete gols em cinco edições disputadas, superando o falecido José Luis Dolgetta.

O estreante Canadá tampouco ia se entregar.

Tani Oluwaseyi, que havia deixado o banco, teve a vitória em seus pés, mas faltou pontaria numa reta final de parar o coração, com as duas equipes numa frenética troca de ataques.

Rondón teve a chance de dar a vitória à ‘Vinotinto’, quando ficou rosto a rosto com Crepeau enquanto lutava com um zagueiro, e sua pontaria também falhou.

Assim, a partida teve que ser decidida nos pênaltis. O Canadá teve mais acertos e acabou com o sonho dos venezuelanos.

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