É tempo de Botafogo!

Há três anos, se qualquer enviado privativo do porvir topasse com um torcedor do Botafogo e descrevesse o segundo semestre de 2024, correria o risco de parar em um manicômio ou, na melhor das hipóteses, receber o desprezo do interlocutor. O mensageiro sofreria poderoso cancelamento e seria desautorizado em rossio pública. Uma perda de credibilidade mastodôntica. Porvir, aliás, era uma termo que não existia no vocabulário do universo preto e branco. O time só estava preocupado em vencer Brusque, Londrina, Sampaio Corrêa e Operário para lucrar uma sobrevida com o aproximação à Série A. Hoje, todavia, o Glorioso é finalista da Despensa Libertadores e lidera o Campeonato Brasílio com seis pontos primeiro do segundo posto. Ainda por cima, é possuinte do melhor futebol das Américas e, a caminho da Glória Eterna, tem tudo para permanecer na história.

O Botafogo de 2024 já atingiu o seu recorde nos pontos corridos (67), ainda com seis jogos pela frente. Voltou a colocar seus futebolistas em seleções internacionais. Do planeta prateado Almada até o goleiro suplente paraguaio Gatito, todos, evidente, protagonistas em seus países. O clube ainda conta com o jogador mais valorizado do continente: Luiz Henrique. E, no término da temporada, pode fazer uma riqueza com a saída de Igor Jesus, centroavante que estava esquecido no Oriente Médio e chegou sem custos ao Mais Tradicional. Ninguém imaginaria que o investimento da SAF traria um retorno a limitado prazo e que o Glorioso seria exemplo até para os rivais.

Sim. É tempo de Botafogo. Para os escolhidos, sempre foi. A torcida alvinegra se mobilizou de uma forma extraordinária nos últimos tempos, com caravanas de visitante, lotando as dependências do Colosso do Subúrbio, consumindo produtos oficiais e se associando aos planos do Camisa 7. Mas o mantra é de dentro para fora. Para que o planeta tome ciência do ressurgimento da instituição que moldou o futebol brasílio. Nossos avós acompanharam de perto Garrincha, Didi, Nilton Santos, Manga, Jairzinho e Zagallo. Chegou a vez, logo, das gerações mais novas desfrutarem de um clube cuja grandeza é irrecusável.

Botafogo e a cobrança nas alturas

A última pilastra, depois do tropeço no Maracanã, teve um tom mais ranzinza, é verdade. A propósito, as linhas supra não são uma tentativa de retratação. O mal humor pode ter incomodado os ufanistas e os adesistas de plantão. Mas, neste espaço, desde 2020, no primeiro ano do Jogada10, adotamos uma risca sátira e independente. Do Botafogo, não queremos privilégios e, sim, títulos. Agora, o sarrafo alvinegro subiu. O nível de cobrança por performances em cimeira nível será, portanto, o mesmo do reconhecimento pelas proezas esportivas.

*Esta pilastra não reflete, necessariamente, a opinião do Jogada10

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