“não vou me omitir de tomar as decisões que eu preciso tomar por estar sendo vaiado”

Com gol de Jhon Arias – que recentemente teve sua saída do clube confirmada no final do ano -, o Fluminense venceu o Cruzeiro por 1 a 0 , no Maracanã, e conquistou 3 pontos importantes que o permitem dormir fora da zona do rebaixamento momentaneamente.

Isto porque os jogos desta rodada acontecerão, em sua maioria, no sábado (5), enquanto o do Fluminense foi realizado nesta quinta-feira (3). A permanência do Tricolor das Laranjeiras no Z4 irá depender do resultado dos jogos tanto do Corinthians, quanto do Vitória.

O técnico Mano Menezes surpreendeu a todos na escalação desta rodada para enfrentar o Cruzeiro, com alterações que irritaram bastante o torcedor. A principal delas é Palavroso Bernal, que o próprio Mano afirmou ser um substituto de André, no banco de reservas.

Além dele, o zagueiro Manoel, que não vem recebendo oportunidades – inclusive está em termo de contrato com o clube e sem pretensões de renovação, foi titular na zaga ao lado de Thiago Santos. Segundo o treinador, Manoel é mais veloz que Antônio Carlos, a opção óbvia para a resguardo.

No confronto desta quinta, o Fluminense começou a partida tendo sérias dificuldades contra a Raposa, que adotava uma postura muito ofensiva, apesar de jogar fora de lar. Entretanto, ainda no primeiro tempo, o Tricolor conseguiu explorar algumas brechas defensivas deixadas pelo competidor.

A vitória veio sem uma atuação cintilante, porém em um momento mais que necessário, já que o Fluminense vinha de 3 derrotas consecutivas na competição e uma eliminação na Despensa Libertadores que interrompeu o sonho pelo bicampeonato.

Na coletiva pós-jogo, o técnico Mano Menezes – que por sinal já vinha enfrentando críticas da torcida -, iniciou elogiando a postura da equipe.

“A equipe teve comportamento de jogo importante. Era o que nos faltou. Tivemos coragem de marcar lá na frente. Tivemos posicionamento na maior secção dos casos para inibir o competidor. Isso deu um pouco de crédito para a equipe.”

O treinador ainda destacou as dificuldades e imbróglios que teve na partida, deixando evidente que esperava essa postura ofensiva do Cruzeiro.

“Eu estava aí com dois homens fazendo profundidade o tempo inteiro, criou algumas dificuldades para a nossa resguardo, no segundo tempo melhoramos isso, mas o jogo ia ser lá e cá também, a gente sabia disso, o Cruzeiro ia nos produzir dificuldades defensivas, mas nós também criamos dificuldades para eles. Eu acho que isso é o mais importante, você ter resposta, não é porque você sofre, porque o competidor tem qualidade, que você tem que se retrancar e não transpor mais para hostilizar. Teve resposta, fizemos o gol, que era um tanto importante no início do segundo tempo, isso deu uma tranquilidade para a equipe no sentido de tentar encontrar caminhos com mais segurança. Mas o jogo ia ser sempre assim, foi assim até o final, e a gente teve o valor exatamente de lucrar um jogo difícil, grande nessa hora cá, que vai dar a retomada.”

Outros trechos da coletiva de Mano:

Sobre as mudanças na equipe e as vaias

Não vou me omitir de tomar as decisões que eu preciso tomar por estar sendo vaiado. Está na voga a gente tem que entender que é assim. Agora todo mundo pensa que pode tirar todo mundo a hora que quer. Mas a gente tem uma boa imposto para dar para a equipe nessa hora de pressão extrema. Já passamos muitas vezes por isso, se não tivesse capacidade para estar cá poder entender esse processo todo, não tinha aceitado o invitação para encaminhar o Fluminense nas estado que estava. – retrucou Mano.

É importante nós confiarmos um nos outros, só nós podemos resolver os nossos problemas. Não adianta todo o jogo “pegar um para cristo”, porque assim eu perco um jogador a cada jogo e não tem outro às vezes com as características próprias. Talvez o Martinelli tenha sido o jogador mais criticado nos últimos dias e fez um grande jogo. Fez o que era preciso fazer. Vai errar, mas todo mundo erra. Faz secção do jogo. Você não pode ter terror de errar, senão você não joga, mas a escolha do Manoel é porque a gente também sabia que o ataque era muito rápido do competidor. Manoel é um jogador de mais velocidade para fazer junto com Thiago (Santos) nas coberturas dos dois lados. – completou Mano.

Palavroso Bernal no banco de reservas

Quis dar um pouquinho de respiro para o Palavroso (Bernal) que vinha tendo um pouco de dificuldade, não conseguia completar os jogos. Estava sofrendo um pouquinho, mas Palavroso está em adaptação. Veio de um clube pequeno no Uruguai sem muita estrutura, quase zero. Fez os primeiros jogos sem sentir, depois você começa a sentir a trouxa a sequência de jogos e não podemos perder, logo foi para dar uma respirada. Entrou entrou muito, foi a segunda modificação, já que a outra foi Keno. A gente achava que precisava ter um varão de válvula de escape com bastante velocidade com drible porque ia ser necessário que que estivesse assim. – justificou Mano.

Sobre o período sem vencer do Fluminense

A gente tem um pouco de experiência nisso. Já viu que quando uma equipe está muito mal colocada porquê estávamos, você consegue muitas vitórias, depois vem o jejum. Ninguém gosta. Aconteceu com a gente também. Era importante dar uma resposta em termos de resultado hoje, porque é a reta final do que temos que fazer para nos colocar melhor no campeonato (evadir do rebaixamento).

Reencontro com Fernando Diniz

Eu não vejo vantagem nem desvantagem. O time até conhece o técnico, mas o técnico também conhece o time. Acho que o futebol não basta você saber o que o outro faz. Se ele fizer muito, é difícil neutralizar. Não basta as suas ideias, o mais importante é a realização e porquê os jogadores fazem. Hoje nós conseguimos roubar duas bolas lá na frente, tudo isso porque é início de trabalho (do Diniz), pois depois não vão roubar mais. Vai fazer tão muito que não vai conseguir roubar, porquê a gente roubou a globo lá na pressão. A gente sabia que era início de trabalho, logo fez secção da estratégia que a gente estabeleceu para o jogo, tentar tirar uma vantagem disso. Acho muito bonito o sentimento que o Fluminense tem em relação ao Diniz. Acho que é uma das coisas mais bonitas que existe no futebol, esse saudação e essa surpresa por quem passou, construiu, venceu.