Gabriel Medina, o gênio do surfe brasileiro

JEROME BROUILLET

Gabriel Medina em seguida sufrar um tubo na terceira tempo dos Jogos Olímpicos de Paris, em Teahupo’o, Taiti, em 29 de julho de 2024

Jerome BROUILLET

Gabriel Medina começou sua trajetória no surfe aos oito anos de idade e, desde portanto, não fez zero além de “domar” ondas, invadir títulos e lucrar popularidade dentro e fora do Brasil.

Três vezes vencedor da World Surf League (WSL), o brasiliano de 30 anos alcançou nas ondas cristalinas e perigosas de Teahupo’o, no Taiti, uma das poucas conquistas que faltavam em seu currículo: uma medalha olímpica.

Medina, considerado um dos melhores surfistas da história e predilecto na disputa olímpica da Polinésia Francesa, teve que se resignar com o bronze, em seguida uma semifinal em que praticamente não teve condições de surfar.

Ainda assim, ele deixou sua marca na disputa nas águas de Teahupo’o: a maior nota de uma vaga em disputa olímpica, 9,9, e uma imagem na história de Paris-2024.

Para comemorar o tubo que rendeu a nota histórica, que o ajudou a seguir para as quartas de final, Medina pulou sobre a vaga com o dedo indigitado para o firmamento. Ao seu lado, em uma imagem quase bíblica, sua prancha o acompanhava apontando para cima.

Capturada pelo fotógrafo da AFP Jerome Brouillet, a imagem rodou o mundo e virou um dos símbolos dos Jogos de Paris-2024.

“Nunca imaginei que poderia mostrar ao mundo esse tipo de surfe, porque nem sempre temos esse tipo de condições”, declarou depois de protagonizar a foto emblemática.

Medina venceu o ISA World Surfing Games-2024 e sempre esteve no pódio em Teahupo’o desde que se tornou o primeiro brasiliano vencedor mundial, em 2014.

Em sua “vaga favorita” do giro mundial, Medina tem duas vitórias (2014 e 2018), incluindo uma contra o lendário Kelly Slater, quatro vices (2015, 2017, 2019 e 2023) e dois terceiros lugares (2016 e 2024).

A medalha de Medina e a prata de Tatiana Weston-Webb na competição feminina confirmam a força do surfe brasiliano. Na estreia da modalidade nos Jogos Olímpicos, em Tóquio 2020 (realizada em 2021 por conta da pandemia de covid-19), o ouro foi conquistado por outro brasiliano, Ítalo Ferreira.

– “Faz o que ninguém faz” –

A história de Medina com o surfe começou cedo em sua terreno natal, Maresias, no litoral do estado de São Paulo.

De origem humilde, começou a praticar o esporte aos oito anos, depois que seus pais se separaram. Sua mãe, Simone, se casou depois com Charles Rodrigues, proprietário de uma loja de surfe, sabido uma vez que Charlão.

O padrasto viu no garoto um dom e portanto passou a treiná-lo, uma relação que durou até 2020, quando a família se desentendeu em seguida seu himeneu com a protótipo Yasmin Brunet.

Juntos, Charlão e Medina conquistaram vários títulos locais e internacionais juvenis, além dos campeonatos da WSL de 2014 e de 2018 e da Tríplice Diadema do Surfe em 2015, a primeira de um brasiliano.

Charlão guiou o enteado até sua estreia no giro, na praia australiana de Bells Beach em 2010, quando tinha exclusivamente 16 anos. E também até sua primeira vitória, um ano depois, na França.

Medina se tornou o rosto da chamada “Brazilian Storm”, o grupo de surfistas do país que chacoalhou a escol do esporte em meados da dez passada.

Seu estilo se baseia em dominar os aéreos. Essa capacidade foi patenteada quando completou o primeiro ‘backflip’ em uma competição, no Rio de Janeiro, em 2016.

Ele surpreende “com sua qualidade técnica, com manobras incríveis, com tubos inacreditáveis, com ondas impossíveis de serem completadas, e ele completa. Eu acho que ele tem esse lugar do gênio mesmo, da pessoa que faz o que ninguém faz”, diz Túlio Brandão, responsável do livro “Gabriel Medina: a trajetória do primeiro vencedor mundial de surfe do Brasil”.

– Notabilidade e depressão –

Sua subida no mundo esportivo o transformou rapidamente em um ídolo vernáculo num momento em que o Brasil estava órfão de referências.

Medina tem mais de 15 milhões de seguidores em suas redes sociais e seu relacionamento com Yasmin Brunet, de quem se separou em 2022, foi um prato referto para os portais de fofoca.

“O Medina ajudou a pavimentar levante caminho do esporte no país e na América Latina, atraindo olhares para o surfe e para ele mesmo. Desde portanto, o base e a presença dos brasileiros que procuram qualquer contato com o esporte só aumenta”, explica à AFP Ivan Martinho, presidente da WSL na América Latina.

Sua atitude tranquila e relaxada, no entanto, foi ofuscada por comportamentos que alguns consideraram “jogo sujo”, uma vez que impedir seus adversários de pegar uma vaga potencialmente favorável.

Durante o primeiro semestre de 2022, Medina fez uma pausa na curso para cuidar de uma depressão depois do termo de seu himeneu e da guião em Tóquio, onde ficou fora do pódio no mesmo ano de seu terceiro título da WSL.

“Ele era uma máquina de vencer, né, ele tinha uma cultura competitiva muito acirrada (…) O que acontece é que ele não está mais tão preocupado com aquela missão de vencer a qualquer dispêndio”, diz Brandão à AFP. “Hoje ele vai para se divertir e para surfar”.

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