Seleção Brasileira entre vitórias e vexames – Tom Barros

Faltam dez jogos para terminar a período eliminatória da Despensa do Mundo de 2026. Isso no tocante à classificação direta. Os seis primeiros se garantem. O sétimo disposto da atual período terá de enfrentar uma repescagem. Hoje, a Seleção Brasileira, quinta colocada, enfrenta o Chile.  

O Brasil começou muito: goleou a Bolívia (5 x 1) em Belém e ganhou do Peru (0 x 1) em Lima. Depois disso, vieram os sustos: empate (1 x 1) com a Venezuela na Redondel Pantanal, rota (2 x 0) para o Uruguai em Montevidéu, rota (2 x 1) para a Colômbia em Barranquilla e rota (0 x 1) para a Argentina no Maracanã. 

Sob muita pressão, a Seleção Brasileira conseguiu retomar o caminho da vitória. Em Curitiba, ganhou (1 x 0) do Equador. Uma vitória magra. O time não jogou muito. E, na rodada seguinte, perdeu (1 x 0) para o Paraguai em Assunção. As críticas contra o técnico Dorival Júnior aumentaram sobremaneira. 

Hoje, no Estádio Pátrio de Santiago, a Canarinho enfrentará o Chile, vice-lanterna das eliminatórias. Em oito jogos, o Chile venceu somente uma partida. Não quero crer que a Seleção Brasileira, enxurro de astros que atuam na Europa, passe por mais um vexame. Se muito que, no atual estágio, tudo é verosímil. 

Sou saudosista. E tenho milénio razões para ser saudosista, quando o tema é futebol. Sou de um tempo em que a período eliminatória era um passeio para a Seleção Brasileira. Somente Argentina e Uruguai incomodavam. O Brasil tirava de letra os demais adversários. Fica difícil concordar o que estou vendo hoje. 

Com seis vagas diretas disponíveis e mais uma vaga na repescagem, a classificação brasileira é tida uma vez que certa. Seria uma zebra monumental a Canarinho permanecer fora. São somente dez seleções disputando sete vagas. Já imaginaram o Brasil permanecer entre as três piores. Não, assim também não. 

Na período em que o Brasil despachava fácil seus concorrentes, a base da Canarinho era de jogadores dos clubes em destaque na quadra da convocação, uma vez que, por exemplo, o Botafogo e o Santos. Os demais atletas que estavam em destaque nos demais clubes. Não precisava trazer nenhum jogador que estivesse no exterior. 

Hoje, a base da convocação está no eldorado europeu. Assim a Canarinho é composta por jogadores vindos do Liverpool, Manchester City, Juventus, Monaco, Lyon, Real Madrid, Arsenal, PSG, Newcastle, West Ham, Barcelona e Wolverhampton. Tenho dúvidas sobre os acertos dessas escolhas. 

Tendo em vista que a grande maioria atua nos melhores times europeus, a presunção é de que aí está o melhor do melhor. A nata futebol brasílico na Europa. Enfim, jogadores aplaudidos e vencedores em suas equipes. Creio que, se houver mais tempo para treinamento, um dia alcançarão o notável padrão que se quer para a Canarinho.