
COI se reúne em Paris antes dos Jogos Olímpicos
O presidente do Comitê Olímpico Internacional, Thomas Bach, discursa em Paris em 23 de julho de 2024, no primeiro dia da 142ª sessão do órgão
Fabrice Coffrini
Os atletas continuam desembarcando em Paris, as delegações designam os seus porta-bandeiras e o Comitê Olímpico Internacional (COI) inicia a sua tradicional sessão antes do início dos Jogos Olímpicos nesta terça-feira (23), três dias antes da esperada cerimônia de sinceridade de Paris-2024.
O rio Sena será o epicentro do mundo na sexta-feira (26), com 300 milénio espectadores no sítio para saudar os barcos que transportarão milhares de atletas em um desfile inédito, na primeira cerimônia de sinceridade olímpica fora de um estádio, o que exige um dispositivo de segurança fenomenal.
Enquanto se espera pelo ‘Dia D’, um silêncio inusitado instalou-se na rua Rivoli, em torno da pirâmide do Louvre e do jardim das Tulherias, no coração turístico da capital francesa. Em vez da enxurrada de moradores e turistas, os policiais e as barreiras metálicas são os protagonistas em algumas das áreas mais centrais.
“Os Jogos Olímpicos bloqueiam muitas coisas”, afirma Catherine Samson, que visitante Paris procedente da região da Bretanha. “Tive que marchar por uma hora” para chegar à Torre Eiffel, conta, visivelmente chateada.
O presidente francesismo, Emmanuel Macron, reiterou na segunda-feira que o seu país está “pronto” para receber os 10.500 atletas e milhões de visitantes durante a quinzena olímpica.
Três anos depois da edição de Tóquio, realizada sob rigorosas condições sanitárias devido à pandemia de covid-19, foram vendidos quase nove milhões de ingressos para esta edição dos Jogos, segundo os organizadores, que comemoram ter derrotado o recorde de Atlanta-1996.
– A hora da verdade –
“Agora chegou a hora da verdade: o campeonato começa, para os atletas e os organizadores”, disse o presidente do COI, Thomas Bach, nesta terça-feira. “O cenário está montado, tudo está no lugar, tudo está pronto”.
“Temos todos os motivos para confiar que vamos viver momentos olímpicos inesquecíveis, mas estamos no esporte. E no esporte mal chegamos ao termo do nosso treinamento”, acrescentou o dirigente germânico na sinceridade da 142ª sessão do COI.
Bach já elogia há qualquer tempo os organizadores e não para de realçar “o exaltação” que percebe na cidade e a formosura dos locais de competição. Os atletas já treinam em muitos deles.
Em um contexto geopolítico marcado pelas guerras em Gaza e na Ucrânia, os responsáveis do COI certamente celebrarão terem reunido “206 comitês olímpicos nacionais”, preservando a promessa de universalidade. Murado de trinta russos e bielorrussos, individualmente e sob bandeira neutra, estarão nestes Jogos Olímpicos, enquanto os seus respectivos países permanecem excluídos.
– Pensando em 2030 e 2034 –
O COI abordou nesta terça-feira uma vez que será a lanço ulterior a estes Jogos Olímpicos. Começando pelos próximos eventos Milão-Cortinado d’Ampezzo em 2026 (inverno) e Los Angeles em 2028 (verão), mas também pensando nas sedes dos futuros Jogos de Inverno.
Os de Inverno de 2030 deveriam ser nos Alpes franceses, embora a atual situação política na França, onde ainda não existe um governo em pleno funcionamento em seguida as recentes eleições legislativas, levante questões que devem ser respondidas.
Emmanuel Macron participará na quarta-feira do congresso do COI para concordar a candidatura dos Alpes franceses. Também esclarecerá as suas intenções em seguida as eleições legislativas e definirá a “trégua olímpica e política” que invoca face a uma esquerda que ainda exige governar apesar das suas divisões e a uma direita que oferece um tratado mínimo.
Com menos dúvidas, apresenta-se o caso de 2034, com Salt Lake City, capital do estado de Utah e que já organizou os Jogos de Inverno em 2002, aguardando a sua designação solene.
A cerimônia de sinceridade de sexta-feira será certamente um bom momento para negociações entre chefes de Estado e de Governo.