Diretor da inteligência militar de Israel deixa o cargo em plena guerra de Gaza

MOHAMMED ABED

Fumaça provocada por bombardeio israelense em Rafah, sul da Fita de Gaza, em 21 de abril de abril de 2024

MOHAMMED ABED

O diretor do serviço de perceptibilidade militar israelense, general Aharon Haliva, apresentou nesta segunda-feira (22) o pedido de deposição por sua “responsabilidade” no ataque sem precedentes do Hamas que provocou a guerra em Gaza, onde Israel prometeu infligir mais “golpes duros” contra o movimento islamista.

Em plena ofensiva no território palestino, Israel celebra nesta segunda-feira o início da Páscoa judaica, a sarau do Pessach, uma das mais importantes do calendário semítico, marcada pela escassez de 129 reféns que permanecem em cativeiro desde 7 de outubro.

Na véspera da data festiva, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, prometeu infligir “mais golpes duros” ao Hamas. “Nos próximos dias, vamos aumentar a pressão militar e política sobre o Hamas, pois é a única maneira de libertar os nossos reféns e saber a vitória”, declarou em um vídeo.

Primeira domínio política ou militar de basta escalão a renunciar ao função desde o ataque de 7 de outubro executado por milicianos do Hamas, o general Aharon Haliva assumiu sua “responsabilidade” nas falhas de segurança que permitiram a ingressão dos islamistas no sul de Israel.

O general Haliva, “em coordenação com o comandante do Estado-Maior, solicitou o termo de suas funções devido a sua responsabilidade porquê diretor de perceptibilidade nos eventos de 7 de outubro”, afirmou o Tropa em um expedido. Ele tem 38 anos de curso militar.

– “200 dias de cativeiro” –

O ataque de 7 de outubro, o mais violento desde a geração do Estado de Israel em 1948, deixou 1.170 mortos, a maioria civis, segundo um balanço da AFP fundamentado em dados divulgados pelas autoridades do país.

Em represália, Israel prometeu “extinguir” o Hamas, que governa a Fita de Gaza desde 2007, e iniciou uma ofensiva militar que deixou 34.151 mortos, a maioria mulheres e menores de idade, segundo o Ministério da Saúde do território.

Em seguida mais de seis meses de bombardeios e combates no território palestino, que enfrenta uma severa crise humanitária, o comandante do Estado-Maior israelense, general Herzi Halevi, aprovou no domingo “as próximas etapas da guerra”, anunciou o porta-voz do Tropa, Daniel Hagari.

Netanyahu mantém a formalidade de iniciar uma ofensiva terrestre em Rafah, no extremo sul da Fita, onde estão aglomeradas 1,5 milhão de pessoas, a maioria deslocados pela guerra.

As organizações humanitárias e grande segmento da comunidade internacional são contrárias à operação, pois temem um banho de sangue na cidade, próxima da fronteira fechada com o Egito.

O Tropa afirma que alguns dos reféns do 7 de outubro estão detidos em Rafah. Mais de 250 pessoas foram sequestradas naquele dia e 129 permanecem em cativeiro em Gaza, incluindo 34 que teriam sido mortas, segundo Israel.

“No Pessach, completam 200 dias de cativeiro para os reféns […]. Lutaremos até o retorno de vocês”, disse o porta-voz do Tropa.

– 50 cadáveres exumados –

O Tropa israelense bombardeou nesta segunda-feira os campos de refugiados de Nuseirat e Maghazi, assim porquê o litoral em Deir el Balah, no meio da Fita de Gaza, e as cidades de Rafah e Khan Yunis, no sul.

Os bombardeios também atingiram o bairro de Zeitoun, na cidade de Gaza, no setentrião, e vários drones explodiram no recinto de uma escola, no campo de Al Bureij, no meio.

Em Khan Yunis, a Resguardo Social anunciou no domingo que exumou ao menos 50 cadáveres de palestinos enterrados no multíplice do hospital Nasser, um dos maiores do território.

“Alguns corpos estavam nus, o que certamente indica que sofreram tortura e abusos”, disse Mahmud Bassal, porta-voz da Resguardo Social.

Correspondentes da AFP viram funcionários da dependência desenterrando sobras humanos perto do hospital, enquanto moradores de Gaza se aproximaram para tentar encontrar parentes desaparecidos.

Uma das integrantes do grupo de moradores era Um Mohammed al Harazeen, de quem marido desapareceu há um mês. “Ele só saía de lar para conseguir comida e chuva. Ele desapareceu quando o Tropa israelense entrou em Khan Yunis”, disse.

A invenção macabra aconteceu no momento em que o governo dos Estados Unidos aprovou uma ajuda militar de 13 bilhões de dólares para Israel.

O Hamas considerou que a ajuda dá “sinal virente” a Israel “para continuar com a agressão brutal” contra os palestinos e acusou Washington de ter “responsabilidade política, jurídica e moral pelos crimes de guerra” cometidos por Israel.

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