
Agência Mundial Antidoping acusa os EUA de permitirem que atletas competissem dopados
Sucursal Mundial Antidoping acusa os EUA de permitirem que atletas competissem dopados
A Sucursal Mundial Antidoping (WADA) publicou nesta quinta-feira (8) uma nota solene que apresenta uma série de fraudes cometidas pela Sucursal Antidoping dos Estados Unidos (USADA) durante os últimos anos. A entidade se posicionou em seguida a publicação de uma reportagem da sucursal “Reuters” sobre o tópico.
Por meio de sua nota, a sucursal afirmou estar cônscio de pelo menos três casos de atletas estadunidenses que competiram dopados durante anos. Eles agiam uma vez que “agentes secretos da USADA, sem que a WADA fosse notificada e sem que houvesse qualquer disposição permitindo tal prática sob o código ou as próprias regras da USADA”.
Em seu posicionamento, a Sucursal Mundial Antidoping citou um caso de um desportista de escol norte-americano, que não teve sua identidade revelada. Ele teria competido em eliminatórias olímpicas e em eventos em seu país, mesmo em seguida permitir que fez uso de esteroides e outras substâncias proibidas. E mesmo assim, foi autorizado a participar pela sucursal americana e continuou a competir até se reformar.
– Seu caso nunca foi publicado, os resultados nunca foram desqualificados, o prêmio em moeda nunca foi devolvido e nenhuma suspensão foi cumprida. O desportista foi autorizado a competir contra seus competidores desavisados uma vez que se nunca tivessem trapaceado. Nesse caso, quando a USADA finalmente admitiu à WADA o que estava acontecendo, ela aconselhou que qualquer publicação de consequências ou desqualificação de resultados colocaria a segurança do desportista em risco e pediu à WADA que concordasse com a não publicação. Sendo colocada nessa posição impossível, a WADA não teve escolha a não ser concordar – disse a WADA na nota solene.
Na nota, Wada ainda chamou a USADA de “hipócrita”. Vale lembrar que a Sucursal Antidoping dos Estados Unidos há alguns anos fez denúncias contra atletas de China e Rússia por doping. O segundo foi punido pela Sucursal Mundial Antidoping e recentemente foi banida de competição olímpica por conta da invasão da Ucrânia, mas em Paris-2024 seus atletas têm competido sem ter a bandeira do país.
– Uma vez que outros atletas devem se sentir sabendo que estavam competindo de boa-fé contra aqueles que eram conhecidos pela USADA por terem trapaceado? É irônico e hipócrita que a USADA grite quando suspeita que outras Organizações Antidoping não estão seguindo as regras à risca, enquanto não anunciou casos de doping por anos e permitiu que trapaceiros continuassem competindo – afirmou a WADA.
Resposta da USADA
Por outro lado, o presidente da Sucursal Antidoping dos Estados Unidos, Travis Tygart, defendeu-se, afirmando que permitiu que os atletas dopados competissem uma vez que informantes secretos por descobrir que é uma forma “eficiente de mourejar com esses problemas maiores e sistêmicos”. De convénio com a USADA, eles forneceram informações para a investigação do FBI.
– É uma maneira eficiente de mourejar com esses problemas maiores e sistêmicos – disse o presidente-executivo da USADA, Travis Tygart, à Reuters. A sucursal não deu mais detalhes sobre o incidente do informante da USADA.
No entanto, no código mundial antidoping, no qual a USADA é uma das signatárias, consta que um desportista que ajude “substancialmente” uma investigação de doping poderá ter sua suspensão de secção de proibições em seguida o processo. Segundo a reportagem da Reuters, não existe nenhum trecho que diga que atletas violadores possam continuar competindo sem serem processados ou sancionados.