Um pouco de serenidade ao universo bipolar alvinegro

Foto: Vítor Silva/Botafogo

Artur Jorge e quase uma sessão de terapia no Estádio Nilton Santos

Invicto nos últimos 11 jogos do Campeonato Brasílio, o Botafogo teve, no último dia 20 de outubro, somente um ponto primeiro do Palmeiras, seu principal concorrente na desavença pela taça. Na idade, uma fração considerável do público alvinegro abraçou o oração da prensa do 7 a 1 e decretou o time paulista porquê vencedor vernáculo. Finalmente, o rival receberia os cariocas no Allianz Parque, onde o resultado favorável aos verdes seria favas contadas. Hoje, o Glorioso inicia a Data Fifa com uma vantagem de quatro. Mas o pensamento pessimista ultrarradical voltou a imperar no universo preto e branco. Qualquer deslize do Mais Tradicional aciona o gatilho destas almas destroçadas por 2023, ano ainda presente na memória da torcida. No sábado (9), diante de 40 milénio pessoas, no Estádio Nilton Santos, o Fogão, líder só, empatou com o fraquíssimo Cuiabá, sentenciado ao rebaixamento, por 0 a 0.

“As narrativas e os discursos de fora não impactam, rigorosamente, em zero. Não vou transpor da euforia dos seis pontos para a depressão dos quatro. Temos uma vantagem que nos dá uma margem boa, mas não decisiva. Não podemos resfolgar sobre as probabilidades de título que mudam a cada rodada. Os resultados alteram as porcentagens. Estamos no mesmo caminho há sete meses. Sem manobras de dissipação. O que se fala à volta não condiciona nosso trabalho. Dependemos de nós mesmos. Vamos lutar por levante título até o termo. Nenhuma das equipes fará 15 pontos até o termo do campeonato”, sentenciou o técnico Artur Jorge.

Copo meio referto x terreno arrasada

Nos últimos dias, depois a Estrela Solitária expelir o Peñarol na série de semifinal da Despensa Libertadores e vencer o Vasco por 3 a 0, no Colosso do Subúrbio, a mesma parcela de torcedores desiludidos enalteceu a equipe porquê se fosse a Seleção Brasileira de 1970. Agora, o mesmo seguidor alvinegro, que se emocionou ao comprar o ingresso para a final do torneio continental, já baixou a guarda. No modo loucura, assumiu a famigerada “terreno arrasada”. A Psiquiatria ainda não explicou a bipolaridade dos botafoguenses. O score , ao pé da letra, diante do penúltimo disposto, desanimou a volume. Artur Jorge, entretanto, conseguiu enxergar o copo meio referto. Sessão de terapia? Talvez seja uma solução para minimizar os estragos na saúde mental, depois mais uma tarde esquizofrênica.

“Pouco me diz a colocação do rival no campeonato. Para mim, não há adversários. Há jogos. Algumas equipes privilegiam jogos especiais. Para o Botafogo, todas as partidas são especiais. Mantivemos a mesma abordagem e o mesmo padrão de atuação. Nesta profundeza, não empatamos porque mudamos nossa forma de jogar. Ser leal a si próprio. Uma postura que exijo do primeiro ao último minuto. Do primeiro ao último compromisso. Não permitimos ao Cuiabá ter a globo e apostar em saídas longas. Estávamos sempre prontos para terminar com a transição deles. O Botafogo trabalhou de forma intensa. Tentamos o gol de várias formas. Com dois meias, com quatro na traço de frente e chegando com globo no último terço. Os jogadores foram abnegados e lutaram até o termo”, respondeu o treinador bracarense, à reportagem do Jogada10 , em uma de suas melhores coletivas desde quando chegou ao Glorioso, em abril.

Antijogo x fair play

Limitados, Criciúma, Cuiabá, Bahia, Juventude e Cruzeiro impuseram dificuldades ao Botafogo neste Brasileirão-2024. Desta lista, os mato-grossenses apostaram somente no antijogo. Diante de uma arbitragem permissiva com a cera, abdicaram de jogar futebol e passaram a desabar no pavimento toda hora para lucrar tempo e forçar um fair play dos donos da moradia, no Talento de Dentro. Ingênuo, o zagueiro Bastos caiu na insídia. No primeiro tempo, devolveu a globo, desperdiçando um ataque importante para os anfitriões e beneficiando o infrator. Artur Jorge, simples, o repreendeu durante o folga do pausa.

“Não fiquei satisfeito. Vocês perceberam. Claramente, aquilo foi uma paragem técnica do jogador no pavimento para que todo o time fosse ao banco ouvir instruções. Estou cá para lucrar jogos, não para ter uma equipe simpática e fazer amigos do outro lado. Não gostei e não fiquei satisfeito com o Bastos. Disse a ele exatamente isso. Tudo serve para organizar uma maneira de quebrar o ritmo do jogo, sabendo que somos uma equipe rápida, com dinâmicas intensas”, concluiu o treinador português.

*Esta pilastra não reflete, necessariamente, a opinião do Jogada10

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