
Américo: Ídolos jovens em campanha de Kamala não mobilizam eleitores indecisos
A campanha de Kamala Harris, candidata democrata à presidência dos Estados Unidos, encerrou com um elenco estelar de celebridades em seu varanda. Nomes uma vez que Ricky Martin, Katy Perry e Lady Gaga marcaram presença no último dia de campanha, numa clara tentativa de atrair o eleitorado jovem.
Américo Martins, exegeta sênior de assuntos internacionais, avaliou o impacto dessa estratégia. Segundo ele, a presença de ícones da cultura pop pode, de veste, ajudar a atrair determinados grupos de eleitores jovens e liberais, mormente nos grandes centros urbanos e nas costas Leste e Oeste dos Estados Unidos.
Impacto restringido em áreas conservadoras
No entanto, Martins ressalta que essa tática pode ter um efeito restringido ou até mesmo negativo em zonas mais periféricas e rurais, onde Donald Trump mantém uma potente base de pedestal. “Isso também pode mobilizar um voto contrário, gente que é mais conservadora, que teme algumas das posições, às vezes polêmicas, de alguns desses artistas’, explicou o exegeta.
O perito destaca que Trump conseguiu, desde sua ingressão na política em 2016, atrair um eleitorado que tradicionalmente era base do Partido Democrata: a classe média e média-baixa, incluindo trabalhadores da indústria americana afetados pela deslocalização de fábricas.
Eficiência questionável para eleitores indecisos
“Esses ídolos jovens mobilizam, mas muito provavelmente eles falam mais para os convertidos do que para os eleitores que estão indecisos”, pondera Martins. Ele questiona a existência de um número significativo de eleitores ainda indecisos nesta profundidade da campanha, dada a clara diferença entre as propostas dos dois campos políticos.
A estudo de Américo Martins lança luz sobre os desafios enfrentados pela campanha de Kamala Harris na tentativa de ampliar sua base de pedestal, mormente entre os eleitores mais jovens, num cenário político altamente polarizado.