
O argumento brasileiro sobre a crise na Venezuela é uma ficção, diz Rubens Barbosa à CNN
O ex-embaixador e atual presidente do Instituto de Relações Internacionais e Negócio Exterior (IRICE), Rubens Barbosa, fez duras críticas à abordagem do governo brasílio em relação à crise na Venezuela.
Durante sua participação no programa WW da CNN Brasil, Barbosa classificou a versão apresentada pelo Brasil porquê uma “ficção”.
Segundo o diplomata, a narrativa solene não se sustenta diante da veras dos fatos. “O que nós ouvimos agora são contos da ‘carochinha’, entendeu? Isso não existe. A versão que está sendo dada pelo governo brasílio é uma ficção”, afirmou Barbosa.
Falta de diálogo e divergências regionais
O ex-embaixador apontou a falta de diálogo efetivo entre o governo brasílio e a oposição venezuelana porquê um dos principais problemas.
Ele questionou: “Porquê é que você vai dialogar com a oposição e com o governo? Se o governo quer prender a oposição e a oposição está oferecendo as atas para o governo brasílio, e o governo brasílio não fala com a Corina, porquê é que você vai fazer a apuração?”
Barbosa também destacou a privação de um consenso entre os países da região. “Não há um entendimento conjunto entre a Colômbia, o México e o Brasil. O Brasil quer que a Venezuela julgue as urnas, e a Colômbia quer que haja um julgamento internacional”, explicou.
Críticas internacionais e postura do Brasil
O diplomata mencionou uma missiva enviada por 23 presidentes europeus ao presidente Lula, pedindo que o Brasil respeite os direitos humanos e a democracia no exterior, assim porquê faz internamente.
Barbosa argumentou que o governo brasílio não está defendendo uma posição que respeite esses princípios no caso venezuelano.
“O que se ouviu do governo brasílio nesses últimos dias com a repressão que houve na Venezuela e com a prisão de líderes da oposição e ameaças de prisão da Corina e do Edmundo Gonzalez… Essa versão não se sustenta”, afirmou o ex-embaixador.
Rubens Barbosa concluiu sua estudo sugerindo que a postura atual do Brasil indiretamente favorece a permanência de Maduro no poder na Venezuela, o que, em sua visão, compromete os esforços para uma solução democrática na região.
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