entenda como a polícia monitorou o jogador do Flamengo

Reprodução / Instagram

Bruno Henrique é um dos principais nomes do Flamengo

Mira de investigações sob a suspeita de receber cartões propositalmente no duelo contra o Santos,  no Campeonato Brasiliano de 2023, Bruno Henrique já vinha sendo monitorado pelas autoridades, que adotaram estratégias para executar de forma sincronizada, os 12 mandados de procura e mortificação da operação.

De negócio com o Uol, a ação na Justiça do DF começou no dia 5 de outubro, depois dois dias, a Polícia Judiciária já havia repassado os endereços nos quais os investigados poderiam ser encontrados. A morada do desportista e dos apostadores suspeitos, as empresas DR3 Consultoria Esportiva e BH27 Solene, das quais o jogador é sócio, e até o dormitório do atacante no Ninho do Urubu entraram na rota dos mandados.

Levando em consideração a profissão de Bruno Henrique, que o faz viajar muito, o MP desejava ainda que fosse necessária uma ordem judicial para executar um mandado de procura e mortificação contra o jogador do Flamengo num quarto de hotel onde ele eventualmente estivesse. Caso fosse encontrado na rua, a revista pessoal por segmento dos promotores deveria ser autorizada.

Tábua

Uma das estratégias adotadas pelos promotores para que a operação pudesse suceder sem problemas foi conferir a tábua do Rubro-Preto. O Uol explica que foi anexado um print tirado na véspera do jogo contra o Inter, em Porto Satisfeito, mostrando a relação dos próximos jogos em Belo Horizonte.

A estratégia assim foi sincronizar a abordagem, para que os policiais se dirigissem tanto ao CT do Flamengo quanto à residência de Bruno Henrique. As ideias do MP de possíveis abordagens na rua, hotéis ou qualquer outro lugar que não fosse o Ninho ou sua morada foram barradas pela Justiça visando evitar impactos em outros atletas e possíveis tumultos caso houvesse torcedores no sítio.

“A teoria do Gaeco e da Polícia Federalista é a de executar as buscas em alguma janela de oportunidade que revele ser provável que Bruno Henrique esteja em sua morada, no Rio, antes ou depois qualquer jogo do Flamengo em território fluminense”, cita o MP na ação.

Nesta terça-feira (5), mais de 50 policiais realizaram procura e mortificação no Rio de Janeiro, além de Belo Horizonte, Vespasiano, Lagoa Santa e Ribeirão das Neves, cidades de Minas Gerais.

Investigação e alertas

A investigação teve início a partir de informação feita pela Unidade de Integridade da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). De negócio com relatórios da International Betting Integrity Association (IBIA) e Sportradar, que fazem estudo de risco, haveria suspeitas de manipulação do mercado de cartões na partida do Campeonato Brasiliano.

O relatório da Sportsradar guiado à Fifa e CBF já categorizava a partida entre Santos e Flamengo uma vez que “preocupante do ponto de vista da integridade”, justamente pelas altas apostas de que Bruno Henrique levaria um cartão amarelo. Eles apontam que a morada de apostas Betano recebu nove apostas máximas em três horas para a possibilidade do camisa 27 ser amarelado. Foi informado também que 98% do volume de apostas em qualquer desportista levar cartão foi depositado no atacante rubro-negro.

“Considerando essa atividade, a Betano suspendeu essa possiblidade um dia antes do início do jogo”, cita o documento enviado à Fifa.

Outras duas casas de apostas, a KTO e a GaleraBet, também relataram movimentação incomum quanto à possibilidade. Não há, porém, informações sobre essas empresas nos relatórios da Sportsradar e da IBIA.

A traço de resguardo do jogador, onde defendiam que seria normal ele ser notificado por já estar pendurado e assim executar suspensão contra o Fortaleza para enfrentar o Palmeiras no jogo seguinte, acabou sendo refutada pelo documento da Sportsradar. 

“Fatores esportivos lógicos não podem justificar totalmente esse interesse irregular de apostas em Bruno Henrique sendo notificado na partida. Embora possa ter havido especulação de que ele poderia propositadamente buscar um cartão amarelo para executar a suspensão de aglomeração de cartões para o próximo jogo contra o Fortaleza, garantindo assim sua presença na partida-chave que se aproxima contra os outros concorrentes ao título SE Palmeiras SP, a natureza direcionada das apostas levanta preocupações”, diz trecho do documento.

A localização dos apostadores também foi destacada no relatório por poderem saber previamente que a situação aconteceria. Vários deles estariam supostamente baseados em Belo Horizonte, cidade natal do jogador.

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