Lyles e Djokovic alcançam o olimpo nos Jogos de Paris em dia sem medalhas para o Brasil

MOHD RASFAN

A boxeadora taiwanesa Lin Yu-ting comemora depois derrotar sua adversária, a búlgara Svetlana Kamenova Staneva nas quartas de final dos Jogos Olímpicos de Paris, em 4 de agosto de 2024.

MOHD RASFAN

O velocista americano Noah Lyles conquistou a grinalda de rei dos 100 metros em Paris-2024 ao superar por uma margem mínima o jamaicano Kishane Thompson, num domingo que também consagrou uma mito do tênis, o sérvio Novak Djokovic, agora ‘vencedor de tudo’.

Por outro lado, o domingo começou mal para o Brasil, que teve notícias melhores na secção final da rodada.

No Stade de France, em Saint-Denis, Lyles, de 27 anos, conquistou sua primeira medalha de ouro em Jogos Olímpicos. Ele obteve o primeiro lugar com o mesmo tempo de Thompson (9,79 segundos) numa final de trinchar a respiração, em que o resultado final demorou a ser anunciado.

O também americano Fred Kerley, vencedor mundial há dois anos, ficou com o bronze (9,81) nessa que é uma das provas mais aguardadas dos Jogos Olímpicos.

Com todos os holofotes voltados para ele, Lyles virou a página de seu desempenho humilde em Tóquio-2020 (quando ganhou o bronze nos 200 metros). O ouro olímpico fazia falta na coleção do tricampeão mundial (100m, 200m, 4x100m), inquieto antes da largada devido à força mostrada por seus competidores nas eliminatórias.

– Lyles quer mais –

Sua vitória é um refrigério para o atletismo dos Estados Unidos, ofuscado durante a era do jamaicano Usain Bolt. Os americanos não subiam ao lugar mais cimeira do pódio olímpico desde que Justin Gatlin venceu há duas décadas, em Atenas-2004.

E há esperança de mais medalhas para Lyles na capital francesa.

Ele será o franco predilecto ao título nos 200 metros, sua prova preferida, podendo buscar a glória também nos 4×100 metros e no revezamento 4×400 metros.

A noite atlética também ficou marcada pela final do salto em profundeza feminino, na qual a novidade recordista mundial, a ucraniana Yaroslava Mahuchikh, conquistou o ouro que lhe faltava.

Ela assumiu o trono da russa Mariya Lasitskene – excluída de Paris-2024 devido à invasão da Ucrânia pela Rússia em fevereiro de 2022 –, tendo saltado supra dos dois metros na primeira tentativa.

Nessa final, a brasileira Valdileia Martins teve que ceder ao sentir dores no tornozelo esquerdo quando iniciou a corrida para dar o primeiro salto.

– A coroação que faltava –

No outro momento de êxtase deste domingo, Novak Djokovic completou a galeria de títulos mais rútilo do tênis masculino ao vencer o espanhol Carlos Alcaraz em uma eletrizante final em Roland Garros.

O sérvio de 37 anos adicionou a medalha de ouro à sua coleção de 24 troféus de Grand Slam com uma vitória por 7-6 (7/3) e 7-6 (7/2) em quase três horas de duelo no saibro.

Seu pranto logo depois prometer o triunfo mostrou o quanto sonhava por esse título, que não conseguia coquistar desde que estreou com o bronze em Pequim-2008, e que lhe permite agora se orgulhar de ter vencido todas as grandes competições do tênis.

“Foi uma guerra incrível (…) estou em choque”, disse ele. Seu rival e potencial herdeiro no rodeio, Carlos Alcaraz, de 21 anos, teve que se consolar, também com lágrimas nos olhos, com a prata em sua estreia nos Jogos Olímpicos.

– Decepções e vitórias para o Brasil –

O dia começou da pior maneira para o Brasil, com esportistas que tinham chances de medalha se despedindo de Paris-2024.

Logo cedo, Marcus D’Almeida, número um do ranking mundial do tiro com círculo, foi eliminado pelo sul-coreano Kim Woo-Jin por 7 a 1 nas oitavas de final.

Horas depois, Hugo Calderano perdeu para o galicismo Felix Lebrun na disputa pelo bronze no tênis de mesa masculino.

Duas duplas de praia brasileiras também deram adeus aos Jogos. André e George foram derrotados pelos alemães Wickler e Ehlers com parciais de 21-16 e 21-17. E Carol e Bárbara perderam para as australianas Clancy e Mariafe por 24-22 e 21-14.

Mais tarde, Evandro e Arthur derrotaram os holandeses Matthew Immers e Steven Van de Velde (21-16 e 21-16) e avançaram às quartas.

E fechando a jornada, a seleção brasileira feminina de vôlei venceu a Polônia por 3 sets a 0 e terminou na primeira colocação universal da temporada de grupos, sem ter perdido um único set.

– Novidade medalha em meio à polêmica –

Com os holofotes voltados para ela, em meio à polêmica de gênero em que está envolvida, a boxeadora Lin Yu-ting garantiu a medalha com uma vitória contundente sobre a búlgara Svetlana Staneva nas quartas de final até 57 quilos.

A taiwanesa tem o bronze guardado. Ela fez isso depois que Imane Khleif, outra pugilista envolvida na polêmica, garantiu a primeira medalha para a Argélia nas semifinais até 66 kg.

Lin e Khelif foram desclassificadas no ano pretérito do Mundial Feminino por terem sido reprovadas num teste de elegibilidade de gênero, o que causou grande motim na mídia e na política.

– Despedida da natação –

Um dos grandes esportes se despediu neste domingo: a natação, depois nove dias consecutivos de entrega de medalhas.

O galicismo Leon Marchand, grande estrela em Paris-2024, conquistou o bronze no revezamento 4x100m medley masculino, sua quinta medalha nos Jogos, depois invadir quatro ouros em provas individuais.

A sueca Sarah Sjostrom correspondeu às expectativas e dominou nos 50m livre, quatro dias depois de lucrar o ouro nos 100m livre.

A equipe de revezamento dos Estados Unidos conquistou as últimas medalhas, vencendo com recorde mundial no medley 4×400 feminino.

– Primeiras medalhas para refugiados e russos –

A boxeadora camaronesa Cindy Ngamba garantiu pelo menos uma medalha de bronze, a primeira da história olímpica para a seleção de refugiados, na categoria até 75kg do boxe feminino.

“Sou unicamente um ser humano, porquê qualquer outra pessoa”, disse ela.

A camaronesa luta na quinta-feira por uma vaga na final contra Atheyna Bylon, que também fez história ao se tornar a primeira panamenha a invadir uma medalha olímpica.

Embora sob bandeira neutra, devido à proibição de participação da Rússia nos Jogos por pretexto da guerra na Ucrânia, as tenistas Mirra Andreyeva e Diana Shnaider obtiveram a primeira medalha russa, uma prata nas duplas femininas.

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