Relator cede e atende pedido de governadores do Nordeste em projeto sobre dívida dos estados

O senador Davi Alcolumbre (União-AP), relator do projeto de lei de renegociação das dívidas dos estados, chegou a um concordância para mudar o texto e disse que a expectativa é que o plenário do Senado vote a iniciativa nesta quarta-feira, 13.

Uma vez que nem todos os estados terem dívidas altas e nem ativos para entregar à União, o texto propõe um fundo de equalização das dívidas, que será formado pelo equivalente a 1% dos juros que os estados pagariam à União.

Alcolumbre atendeu parcialmente a pedidos de governadores de estados do Nordeste e vai mudar o critério de separação do fundo de equalização, que antes era definido pela população e agora levará em conta a separação do Fundo de Participação dos Estados.

O relator também decidiu que vai atender a um pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e vai incluir um trecho que obriga os estados a investirem em ensino técnico e profissionalizante para debilitar a dívida — uma vez que inicialmente queria o Ministério da Quinta.

Preocupação com SP

Por outro lado, outra demanda dos governadores do Nordeste, que era aumentar de 1% para 2% o valor talhado para o fundo, não foi atendida e o relatório manterá a previsão inicial do projeto.

Alcolumbre avalia que aumentar a porcentagem do financiamento do fundo poderia distanciar São Paulo do programa de negociação de dívidas, que é o estado mais rico e o que mais contribuiria com o montante.

Chance de debilitar todos os juros

Pelo projeto, estados poderão entregar ativos próprios e em contrapartida ter um dedução na taxa de indexação da dívida, que hoje equivale ao Índice de Preços ao Consumidor Grande (IPCA) mais 4%. A venda de ativos é opcional e o estado que não optar por isso terá que apresentar investimentos para debilitar a dívida.

O texto mantém um lucro real de 4%, mas prevê quatro oportunidades de dedução que podem expelir todo o dispêndio de capital para os estados. São elas:

  • Um ponto percentual se o estado entregar ativos que equivale de 10% a 20% do estoque da sua dívida;
  •  Um ponto percentual se entregar um ativo superior a 20% do valor da dívida;
  • Um ponto percentual se destinar o moeda para investimentos;
  • Um ponto percentual se o moeda for talhado a um fundo a ser criado e disponibilizado para todos os estados.

Na prática, caso todos os requisitos sejam cumpridos, o estado deixa de remunerar juros reais sobre a dívida e passa a somente estancar o IPCA, índice solene de inflação, no pagamento da dívida.

O texto é de autoria do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que trata a iniciativa uma vez que prioridade. No caso de Minas Gerais, estado que ele representa, o texto pode servir de escolha ao Regime de Recuperação Fiscal, que impõe condições mais duras de ajuste.

Além de Minas, os outros estados que concentram a maior secção das dívidas dos estados são Rio Grande do Sul, São Paulo e Rio de Janeiro.

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