Uefa investiga zagueiro turco por gesto pró-extrema direita

Ronny HARTMANN

Merih Demiral comemora com gesto polêmico um de seus gols na vitória da Turquia sobre a Áustria nas oitavas de final da Eurocopa

Ronny HARTMANN

A Uefa anunciou nesta quarta-feira (3) a brecha de uma investigação pelo “suposto comportamento inapropriado” do zagueiro turco Merih Demiral durante o jogo das oitavas de final da Eurocopa contra a Áustria, quando teria feito um gesto associado à extrema direita.

Responsável dos dois gols da vitória dos turcos sobre os austríacos na terça-feira (2 a 1), Demiral publicou em sua conta no X uma foto comemorando com os braços abertos e fazendo com as mãos o símbolo dos ‘Lobos Cinzantos’, um grupo de extrema direita da Turquia.

Depois do jogo, o zagueiro afirmou que o gesto não contém nenhuma “mensagem oculta” e que só quis expressar sua “felicidade” e seu “orgulho” de ser turco.

“A forma porquê comemorei tem a ver com a minha identidade turca. Tenho muito orgulho de ser turco e esse é o significado do meu gesto”, explicou Demiral, eleito o melhor jogador da partida.

No entanto, a Uefa anunciou que designou um “investigador sobre questões de moral e de disciplina” para trabalhar no caso.

A imagem viralizou rapidamente nas redes sociais e foi muito criticada.

“O símbolo de extremistas de direita turcos não tem lugar nos nossos estádios”, reagiu no X a ministra do Interno da Alemanha, Nancy Faeser.

“Usar a Eurocopa porquê plataforma para o racismo é totalmente incabível. Esperamos que a Uefa investigue o caso e estude punições”, acrescentou Faeser.

“É o símbolo da vexação e da perseguição”, denunciou o líder da ONG Associação para os Povos Ameaçados no Oriente Médio, Kamal Sido.

Por sua vez, o ministro dos Esportes da Turquia, Osman Askin Bak, repostou a foto do jogador com a mensagem “Não há muito a expor…” e a bandeira do país.

Os ‘Lobos Cinzentos’ são o braço paramilitar do Partido de Ação Patriótico, uma legenda de extrema direita na Turquia, e sua presença é proibida em países porquê França e Áustria, mas não na Alemanha, por suas ações violentas nos anos 1980 contra ativistas de esquerda e minorias étnicas.

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