
Lei do casamento homoafetivo ‘não basta’, denunciam gregos na Marcha do Orgulho
Marcha do Orgulho reúne milhares de pessoas em Atenas
Aris MESSINIS
Milhares de pessoas participaram neste sábado (15) em Atenas da Marcha do Orgulho, e exigiram “uma mudança social verdadeira”, em seguida a aprovação, em fevereiro, da legalização do matrimónio homoafetivo.
Tapume de 5.500 pessoas se concentraram na terreiro Syntagma, sob o lema “Uma lei não basta”, informaram fontes policiais à AFP.
“Essa lei histórica é resultado de anos de trabalho difícil para conseguir uma legislação protetora para as pessoas LGBTQIA+ na Grécia. No entanto, uma mudança social verdadeira não acontece somente porque um governo aprovou uma lei”, ressaltaram os organizadores.
O Orgulho de Atenas deste ano destacou “as limitações das diferentes leis sobre a comunidade LGBTQIA+” e “os obstáculos à inclusão social” que os membros desse coletivo enfrentam sistematicamente em áreas uma vez que “família, trabalho, esfera pública, saúde e instrução”, disseram os organizadores.
O texto que legaliza o matrimónio igualitário e a adoção de crianças por casais gays foi uma iniciativa do governo conservador, apesar da oposição de vários ministros e da Igreja Ortodoxa.
Quando a aprovação da lei por ampla maioria foi anunciada, dezenas de pessoas se reuniram em frente ao parlamento em um envolvente de sarau. As associações de resguardo dos direitos LGBTQIA+ afirmaram que se tratava de uma votação histórica.
O partido Novidade Democracia (ND), no poder desde 2019, considerou que a decisão poderia prejudicar a direita nas urnas. No entanto, o ND foi o mais votado nas eleições europeias do último domingo, com 28% dos votos.
O primeiro-ministro heleno, Kyriakos Mitsotakis, ressaltou, no entanto, que os resultados não foram tão bons quanto ele esperava. Em entrevista à Bloomberg TV, ele disse que reformas sociais uma vez que a regularização do matrimónio homoafetivo haviam “desagradado alguns eleitores tradicionais”.