BC deve manter juros em 10,5% até 2025, diz Inter, apesar de ver queda mais lenta da inflação
O Banco Médio (BC) deve segurar a taxa de juros no atual patamar de 10,5% ao ano até o primeiro semestre de 2025, apontou o Inter nesta quarta-feira (21), apesar de reconhecer que o processo de desinflação será mais lento.
O Comitê de Política Monetária (Copom) do BC volta a se reunir em setembro, com segmento do mercado já enxergando possibilidade de subida da taxa básica. Para a equipe econômica do Inter, porém, a Selic deve ser mantida no atual patamar em decisão unânime do colegiado.
O Inter pontua que o cenário se mostra mais favorável desde a última reunião do Copom, em julho, citando o recuo do câmbio, redução dos riscos externos e maior verosimilhança de o Federalista Reserve (Fed) iniciar o ciclo de queda dos juros nos Estados Unidos.
Por outro lado, a instituição ressalta que o risco de subida dos juros ainda é “considerável” devido aos números da inflação supra do esperado — sobretudo por preços de serviços —, e expectativa de que nível se mantenha supra da meta em 2025.
“A credibilidade da política monetária é importante nesse processo, principalmente através do comprometimento e da coesão, uma vez que muito posto pelo BC, mas acreditamos que a manutenção da restrição atual por um prazo mais longo é melhor caminho, considerando menor volatilidade e menor dispêndio para a economia”, citou o banco em nota.
Desinflação lenta
O Inter revisou a expectativa para o Índice de Preços ao Consumidor Vasto (IPCA) de 2024 para 4,4%, na presença de previsão de 4,2%. Para o ano que vem, a instituição manteve a perspectiva de 3,8%.
Os dois cenários apresentam inflação supra da meta de 3%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para plebeu.
A revisão para cima da variação de preços deste ano foi motivada pelo aquecimento das atividades em serviços e a recente subida do dólar, que no início de agosto chegou a superar a mansão de R$ 5,80.
Segundo o Inter, o processo de queda da inflação deve ser retomado em 2025, “com o término do impulso fiscal a partir do 2º semestre em 2024 e orçamento mais equilibrado no próximo ano, ainda que com déficit estrutural próximo de 1%”.
“Por outro lado, um cenário mais benigno para a inflação, com desaceleração mais rápida dos índices de preços, poderia ocorrer com uma revisão mais significativa dos gastos fiscais, culminando no cumprimento da meta fiscal de zerar o déficit até 2025, juntamente uma vez que setor extrínseco mais favorável”, complementou a equipe econômica em nota.
PIB mais cimeira em 2024
O Inter também revisou para cima a visão para o incremento da economia brasileira no segundo trimestre e para 2024.
Entre abril e junho, o Resultado Interno Bruto (PIB) deve apresentar progresso de 1%, contra previsão anterior de 0,4%. Já no amontoado do ano, a soma da produção de riquezas deve subir 2,5%, na presença de 2,1%.
Segundo o Inter, as atividades surpreenderam, positivamente em junho, com destaque para indústria e serviços.
A instituição também pontuou a aceleração do consumo das famílias, puxada pela elevação dos gastos públicos em programas de transferência de renda, e melhora do mercado de trabalho, com foco no incremento da tamanho salarial.
Risco fiscal ainda preocupa
O Inter ressaltou que a deterioração do quadro fiscal e cumprimento da meta seguem sendo o principal risco no cenário. Na nota, o banco pontuou que o impulso da economia está calçado a “ressaltado dispêndio de deterioração fiscal”.
“Com incremento dos gastos públicos, que deve reunir 12% supra da inflação entre 2022 e 2024, a credibilidade do busto fiscal segue baixa e sustenta o maior prêmio de risco nas curvas de juros”.
O Inter prevê que o déficit primordial encerre 2024 próximo de R$ 60 bilhões.
“Considerando o limite subordinado da meta, as despesas que foram excluídas do operação e o empoçamento de final de ano, o governo deve satisfazer o piso da meta que equivale a um déficit próximo de R$ 30 bilhões”, citou o banco.
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