Como os jogos olímpicos levantaram o debate dos ‘corpos perfeitos’

Larissa Serpa

Porquê os jogos olímpicos levantaram o debate dos ‘corpos perfeitos’

Começou desde a brecha das Olimpíadas, esse evento grandioso e testemunhado por milhões de pessoas ao volta do mundo, trouxe à tona um debate intenso sobre saúde
pública e apologia à obesidade
: A presença de pessoas obesas em posições de destaque durante as cerimônias gerou uma série de comentários negativos na internet, com frases uma vez que: “ Porquê uma desportista tem esse corpo?
” ou mesmo “ Gorda e preguiçosa
“.

Essa situação levanta uma pergunta importante: Será que existe um corpo ideal para atletas?

Vamos entender: Os atletas dedicam suas vidas ao esporte, passando por treinamentos rigorosos, dietas controladas e rotinas exaustivas. A pluralidade corporal entre os atletas reflete a variedade de modalidades esportivas e a dificuldade do corpo humano. Martelar que um desportista precisa se encaixar em um padrão corporal específico é não somente ignorante, mas também perigoso, podendo levar a distúrbios alimentares e problemas de saúde mental.

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A primeira medalha de ouro do Brasil em Paris foi conquistada por Beatriz Souza, uma mulher preta e gorda, praticante de judô. A vitória de Beatriz não é somente um triunfo esportivo, mas também um marco significativo na quebra de estereótipos e padrões gordofóbicos da nossa sociedade. Sua conquista demonstra que todo corpo é capaz e que não existe um corpo padrão para um desportista.

Pesquisas demonstram que o desempenho atlético é influenciado por uma série de fatores, incluindo genética, treinamento, nutrição e mentalidade, e não somente pelo peso corporal.

Diversas modalidades esportivas exigem diferentes tipos de corpo. Outrossim, a saúde metabólica e cardiovascular pode ser óptimo em indivíduos de todas as formas e tamanhos. Estudos indicam que pessoas com sobrepeso ou obesidade podem ter perfis de saúde tão bons quanto, ou até melhores do que, pessoas magras que levam uma vida sedentária.

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Precisamos entender que a capacidade atlética não é determinada somente pelo tamanho ou forma do corpo. Atletas com diferentes tipos de corpo podem obter resultados impressionantes, e a saúde não deve ser avaliada somente pela figura física.

A performance, a dedicação e a paixão pelo esporte são os verdadeiros indicadores de um desportista.

Comentários depreciativos e preconceituosos não só afetam a autoestima e saúde mental dos atletas, mas também perpetuam um ciclo de gordofobia e desrespeito na sociedade. Atletas, uma vez que qualquer outra pessoa, são suscetíveis a problemas de saúde mental, e a pressão para se resignar a um ideal corporal pode levar a transtornos alimentares, depressão
e impaciência
.

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Porquê psicóloga acredito ser forçoso questionar esses padrões para que possam promover uma visão mais inclusiva e respeitosa. Precisamos incentivar a empatia e a compreensão, reconhecendo que cada corpo é único e valioso.

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