Em Paris, Rayssa Leal leva experiência de Tóquio, diversos patrocínios e desejo por medalha

Em 2021, o mundo conheceu a maranhense Rayssa Leal nas pistas de skate em Tóquio. Em sua primeira Olimpíada, que também era a estreia olímpica do esporte, a ‘Fadinha’ — porquê era conhecida nas redes sociais — conquistou aos 13 anos a medalha de prata no skate street, tornando-se a mais jovem medalhista olímpica brasileira.

Desta vez, nas Olimpíadas de Paris 2024 — e com 16 anos — Rayssa é uma das grandes apostas para a conquista do ouro para o país. Em entrevista à EXAME, na primeira semana dos jogos, ela conta detalhes sobre sua preparação para a competição e porquê tem sido a rotina intensa de treinos – tudo isso enquanto navega pelas complexidades da juvenilidade.

Reconhecimento

Jhulia Rayssa Leal nasceu em Imperatriz, a segunda maior cidade do Maranhão, em 4 de janeiro de 2008. Com 16 anos e 1,60 m de profundidade, a jovem promessa brasileira começou a praticar skate aos seis anos de idade, depois lucrar um shape de presente de natalício de um companheiro de seu pai.

Antes de ser uma das principais representantes do esporte, Rayssa já havia se tornado um fenômeno na internet. Em 2015, ela viralizou no YouTube e ganhou o sobrenome de “Fadinha do Skate”. No vídeo, Rayssa, vestida de fada azul, aparece andando de skate com amigos em um repto de manobras espargido porquê “best trick”. Nas imagens, ela tenta executar o “heelflip” duas vezes, sem sucesso. Mas, na terceira tentativa, usando suas asas de fada, Rayssa acerta a manobra com sublimidade, o que chamou a atenção de Tony Hawk, um dos maiores ícones do skate.

A desportista faz questão de provar imensa satisfação com a curso que construiu até agora. E ressalta que sua maior conquista é ser uma das principais referência dos skate aos jovens brasileiros, principalmente entre as garotas.

“Me sinto muito feliz por estar em uma posição de representatividade. Inspirar as pessoas, principalmente as meninas, a investirem em uma curso no skate. Espero influenciá-las positivamente a não desistirem de seus sonhos”.

Em 2021, Rayssa fez sua estreia em uma Olimpíada ao competir em Tóquio. Na disputa, ela conquistou a medalha de prata. Em sua participação, a Fadinha encantou o mundo com sua simpatia e espírito esportivo, sendo flagrada torcendo pelas concorrentes. Além da medalha, ela venceu o “The Visa Awards”, prêmio que reconhece o desportista que mais representa os valores olímpicos.

Atualmente, Rayssa é a terceira melhor skatista de street do mundo. Mesmo jovem, ela já bateu vários recordes. Aos 11 anos, tornou-se a skatista mais jovem a chegar à final do Mundial de Skate Street feminino, competindo contra atletas experientes porquê Letícia Bufoni e Pâmela Rosa. Aos 15 anos, foi a primeira mulher a lucrar uma nota 9 no Super Crown da Street League de Skate (SLS) 2023, a nota mais subida da competição.

Em maio de 2024, Rayssa conquistou a medalha de ouro na lanço da China do Pré-Olímpico de skate em Xangai, vencendo as japonesas Liz Akama e Coco Yoshizawa, respectivamente segunda e primeira colocadas no ranking mundial. Com essa vitória, ela garantiu sua vaga nos Jogos Olímpicos de Paris.

A relevância de Rayssa no esporte não somente trouxe inúmeros fãs, porquê também atraiu o interesse de diversas marcas em patrociná-la nas pistas. Para uma desportista em subida, a quantidade de patrocínios impressiona.

Em uma publicação recente em suas redes sociais, a skatista marcou os perfis das 15 empresas que a apoiam seus esforços, entre elas: Louis Vuitton, Nike, Banco do Brasil, Vivo, Samsung, Snickers, Nescau, entre outras.

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Preparação para as olimpíadas

Atualmente, Rayssa concilia a vida de estudante em uma escola privado no Maranhão com a rotina de desportista profissional. Ela participa de campeonatos, concede entrevistas, faz campanhas comerciais, e ainda precisa mourejar com tarefas escolares e provas. No final de 2023, ela precisou fazer as provas finais antes dos colegas para participar do Super Crown, uma das competições mais importantes do skate.

A desportista já está em Paris para competir nos Jogos Olímpicos. Antes de desembarcar na capital francesa, Rayssa encarou um treinamento intenso em Imperatriz para aprimorar suas habilidades nas pistas. Apesar das dificuldades, a skatista não abriu mão de se divertir durante a preparação.

“Antes de ir para a Paris, eu tenho treinado bastante nas pistas. Isso exigiu que eu mantivesse uma rotina diária de treinos, preparação física, fisioterapia e a terapia geral. Apesar da quantidade de coisas, esse processo foi muito bom, porque tive momentos de diversão. E ter minha família e minhas amigas por perto fez toda a diferença”, detalhou.

Mourejar com grandes responsabilidades, por si só, traz pressão para pessoas de qualquer idade. Por outro lado, disputar o ouro com atletas de diferentes nacionalidades nos Jogos Olímpicos e carregar a reputação de um país na modalidade já representa um repto homérico.

Ao fazer essa conta no lápis, Fadinha passou a descrever com comitiva psicológico, com o próposito de enfrentar essa jornada de maneira saudável. Segundo a skatista, essa ajuda começou logo depois dos jogos de Tóquio, em 2021, quando percebeu que, depois de invadir a medalha de prata, sua vida não seria mais a mesma.

“Eu história com a ajuda de uma rede de base, que está sempre perto de mim. Faço a terapia desde que voltei de Tóquio”, explica. “É um trabalho de maduração também e que faz secção do processo. Com a ajuda profissional, o meu trabalho fica menos doloroso”.

Além do desvelo com a saúde mental, Rayssa leva muito a sério a urgência de respeitar os limites entre o trabalho e a vida pessoal. E garante que esse estabilidade tem feito muita diferença em suas performances nas pistas.

“Quando não estou treinando, faço muitas coisas para relaxar a mente e o corpo. Eu adoro ouvir músicas, espancar papo e estar sempre com os meus amigos. Sempre quando posso, vou para a granja da família, com o meu irmão mais novo, o Arthur, e jogar futebol”.

Diante das expectativas para as disputas nas olimpíadas, essa fórmula também tem surtido efeito nas habilidades da skatista e na sua crédito de vitória.

“Eu tento mourejar com a pressão de uma forma ligeiro e busco sempre ver o lado positivo das coisas. Independentemente do resultado, eu vou dar o meu melhor em Paris, chegar feliz na pista e me divertir. Espero conseguir dar minhas melhores manobras”, brinca.

E acrescenta: “Meu objetivo principal é invadir minha segunda medalha olímpica. Será um momento emocionante, porque é a primeira edição dos jogos depois da pandemia. Ou por outra, vamos ter atletas do skate feminino do mais superior nível”.

Quando será a estreia de Rayssa Leal nas Olimpíadas?

Rayssa vai às pistas neste domingo, 28 de julho, na Rossio da Concórdia, para simbolizar o Brasil na capital francesa. As qualificatórias do skate street feminino estão previstas para ter início às 7h (horário de Brasília), enquanto a final deve ocorrer às 12h.

Conquistas de Rayssa Leal

Jogos Olímpicos

  • Prata: Tóquio 2020 – Skate street

Campeonatos Mundiais – Street League Skateboarding (SLS)

  • Ouro: Rio de Janeiro 2022 – Skate street
  • Ouro: São Paulo 2023 – Skate street
  • Prata: São Paulo 2019 – Skate street
  • Prata: Jacksonville 2021 – Skate street

X Games

  • Ouro: Chiba 2022 – Skate street
  • Ouro: Chiba 2023 – Skate street

Campeonatos Mundiais – World Skate (WS)

  • Ouro: Sharjah 2022 – Skate street
  • Prata: Tóquio 2023 – Skate street
  • Bronze: Roma 2021 – Skate street

Jogos Pan-Americanos

  • Ouro: Santiago 2023 – Skate street



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