
Médicos são investigados por dizerem que câncer de mama é ‘mito’; Inca desmente afirmação
Médicos investigados pelos conselhos regionais de medicina
Nesta terça-feira (29), os médicos Lana Tiani Almeida da Silva, do Pará, e Lucas Ferreira Mattos, que atende em São Paulo e em Minas Gerais, foram denunciados por entidades profissionais junto aos Conselhos Regionais de Medicina posteriormente divulgarem informações falsas sobre o cancro de seio nas redes sociais. Ou por outra, os profissionais da saúde foram desmentidos pelo Instituto Vernáculo do Cancro (Inca), que classificou as postagens uma vez que enganosas e que “podem ser consideradas fake news”.
A polêmica acontece no término do Outubro Rosa, mês de conscientização e alerta sobre a valimento da prevenção do cancro de seio. Segundo o Inca, oriente tipo de tumor é o que mais mata mulheres no Brasil, e a estimativa é que sejam registrados 74 milénio casos da doença em 2025.
Entenda o caso
Sem especialidade registrada, a médica paraense afirmou em uma postagem que o “cancro de seio não existe”, e sugeriu um tratamento recíproco para a doença, com hormônios.
“Esqueça Outubro Rosa. Cancro de seio não existe. Sou a doutora Lana Almeida, médica integrativa, profissional em mastologia e ultrassonografia das mamas. Por isso venho falar para vocês que cancro de seio não existe. Logo esqueçam Outubro Rosa. Esqueçam mamografia”, disse Lana.
Já Lucas, médico que atua uma vez que influenciador de saúde com mais de 1,2 milhão de seguidores no Instagram, respondeu a uma pergunta sobre cistos nos seios de uma maneira que poderia induzir a seguidora à automedicação ou ao deserção de tratamentos médicos.
“Permanecer fazendo mamografia? Uma mamografia gera uma radiação para a seio equivalente a 200 raios-x. Isso aumenta a incidência de cancro de seio, por excesso de mamografia. Tenho 100% de certeza que o seu nódulo benigno é deficiência de iodo”, afirmou, com base unicamente na informação citada pela seguidora.
Negacionismo
Em enviado, a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) desmentiu as informações compartilhadas pelos médicos, e adicionou que “observa com grande preocupação o crescente número de notícias falsas a saudação do tratamento e da prevenção do cancro de seio”, uma vez que:
Cancro de seio não existe: “o cancro de seio é a principal neoplasia maligna entre as mulheres brasileiras, sendo responsável por mais de 70.000 novos casos ao ano em nosso país. Menosprezar esta doença é um desrespeito às milhares de vítimas e suas famílias, além de poder fomentar tratamentos inadequados em mulheres que acabaram de desenredar a doença”, diz a nota da SBM.
A mamografia pretexto cancro de seio: “a mamografia é a principal forma de prevenção de mortes pela doença. O diagnóstico precoce, obtido pela mamografia, permite a invenção do cancro em estágios menores, onde as chances de trato são maiores e os tratamentos menos agressivos. Estudos comparativos realizados em países europeus e norte-americanos demonstraram que a realização de mamografia anual em mulheres entre os 40 e 75 anos reduz em 20% a 30% a mortalidade do cancro de seio em confrontação com mulheres que não realizaram o revista”.
Cancro de seio pode ser tratado com o uso de hormônios : “o uso de hormônios sexuais (estrógeno, progesterona e testosterona) é contraindicado em casos de cancro de seio, pois estimula o desenvolvimento de células tumorais. Inúmeras publicações científicas mostram oriente efeito e a piora na evolução da doença. Inclusive, a terapia de alguns casos de cancro de seio é feita através de bloqueio destes hormônios, com resultados comprovados na subtracção da mortalidade”.
Ainda conforme a nota divulgada pela SBM, o “modus operandi” desses perfis que compartilham informações falsas é sempre o mesmo:
- divulga-se alguma coisa paradoxal e sem nenhuma comprovação científica (ou já provado o contrário), sempre fundamentado na opinião da pessoa ou de qualquer outro dito influenciador.
- venda de qualquer tratamento ou terapia milagrosa que vai medicar ou evitar a doença, geralmente através de infusões sem registro na ANVISA e vendidas na própria clínica ou consultório.
- outra forma de lucro é através de cursos voltados para médicos, profissionais de saúde ou até pessoas sem nenhuma formação, para ensinar as tais terapias.
“Em pleno Outubro Rosa, quando o tratamento e a prevenção do cancro de seio deveriam ser o foco principal de atenção, temos visto com tristeza o surgimento de postagens que afirmam absurdos. (…) Infelizmente, somos obrigados a perder tempo e robustez para desmentir tais absurdos”, diz segmento do enviado, assinado pelo presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia, Augusto Tufi Hassan, e pelo diretor-geral da Escola Brasileira de Mastologia, Guilherme Novita.
Reações das autoridades
Recomendação Regional de Medicina do Pará
O Recomendação Regional de Medicina do Estado do Pará “tomou conhecimento da postagem no Instagram da Dra. Lana Almeida, devidamente inscrita neste CRM, nesta terça-feira (29), e o indumento já está sendo perfeito por oriente Regional”, conforme informado à TV Orbe.
“Ressaltamos que os procedimentos no CRM-PA tramitam sob sigilo, de contrato com o art. 1°, do Código de Processo Ético-profissional.”
O Sindicato de Médicos do Pará (SINDMEPA)
O Sindicato de Médicos do Pará (SINDMEPA) condenou as declarações da Dra. Lana Almeida. “cancro de seio é uma quesito de saúde séria e amplamente reconhecida, responsável por um número significativo de mortes entre mulheres. A prevenção e o diagnóstico precoce, mormente através da mamografia, são estratégias fundamentais e baseadas em evidências para a redução da mortalidade e tratamento mais eficiente da doença”, disse em nota.
O Recomendação Regional de Medicina do Estado de São Paulo afirmou, em nota, que investiga o caso em sigilo. O Sindicato dos Médicos de São Paulo não se manifestou.