Venezuela: Human Rights Watch destaca preocupação com propostas de Brasil, Colômbia e México

A organização de direitos humanos Human Rights Watch (HRW) publicou nesta terça-feira (27) uma missiva dirigida aos governos de Brasil, Colômbia e México questionando suas posições sobre a crise na Venezuela.

O documento, assinado por Juanita Goebertus Estrada, diretora da HRW para as Américas, analisa a situação atual e questiona elementos que têm feito segmento das iniciativas defendidas pelos três países em meio à polêmica sobre os resultados das eleições venezuelanas.

Autoridades eleitorais declararam Nicolás Maduro vencedor sem terem divulgado os resultados detalhados por centros de votação e estações de voto.

Os governos de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Gustavo Petro e Andrés Manuel López Obrador não reconheceram Maduro uma vez que presidente eleito da Venezuela, mas formaram um conjunto com posição diferenciada de outros países da região.

Algumas nações da América do Sul não reconheceram os resultados anunciados pelo Juízo Vernáculo Eleitoral (CNE) e, com algumas nuances, reconheceram a vitória de Edmundo González Urrutia.

“Estamos preocupados com três propostas específicas que os seus governos fizeram nas últimas semanas: repetir as eleições; responsabilizar no Supremo Tribunal venezuelano para resolver o resultado das eleições; e conceder uma ‘anistia universal’”, explica a missiva do HRW.

Presidentes pedem atas, mas evitam falar em fraude

Os três presidentes solicitaram a publicação das atas com os resultados detalhados, mas evitaram falar em fraude.

Em vez disso, apoiaram a proposta de Celso Amorim, principal mentor de política externa de Lula, de realizar novas eleições para combater a crise gerada pelos questionamentos sobre o vencedor das eleições de 28 de julho.

“Repetir as eleições porque o governo Maduro não está disposto a publicar e concordar o resultado das eleições de 28 de julho seria uma zombaria”, diz a missiva da HRW.

“Tal proposta, que seria incabível em qualquer país, seria mormente problemática na Venezuela, oferecido as barreiras significativas que os eleitores e candidatos foram forçados a superar para participar nas eleições de 28 de julho, incluindo violações generalizadas dos direitos humanos, que tornaram a eleição extremamente injusta e colocaram muitos eleitores e candidatos em risco de insulto por segmento do governo”, adicionam.

Ou por outra, a organização ressalta que, no período posteriormente a eleição, o governo Maduro tomou medidas que resultam num cenário ainda mais injusto e desigual para a oposição, incluindo prisões de opositores, repressão de protestos, possibilidade de fechar ONGs, entre outras coisas.

Validação da vitória de Maduro

A HRW questiona também o indumentária de Brasil, Colômbia e México terem de alguma forma legitimado o papel do Supremo Tribunal de Justiça (TSJ), órgão que, na semana passada, sem dar detalhes, validou o pregão da vitória de Nicolás Maduro feito pelo Juízo Vernáculo Eleitoral.

Ambas as instituições são lideradas por funcionários ligados ao chavismo.

No sábado (24), Lula e Petro afirmaram em enviado conjunto que “tomam nota” da decisão do TSJ, embora, ao mesmo tempo, insistam que as autoridades venezuelanas devem publicar detalhadamente as atas das eleições.

O presidente do México, por sua vez, disse posteriormente a decisão que seu governo “aguardará a divulgação das atas” antes de reconhecer um vencedor nas eleições.

“Vários especialistas venezuelanos questionaram se a Câmara Eleitoral da Suprema Golpe era o órgão competente para resolver nascente caso”, afirma a HRW.

“Da mesma forma, um grande número de autoridades internacionais, incluindo a Percentagem Interamericana de Direitos Humanos e o Cimeira Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, concordam que o Tribunal carece de independência e credibilidade”, adiciona.

Por término, a organização não governamental questiona a teoria de “anistia universal”, iniciativa que tem sido sugerida por Petro.

“A Missão de Investigação das Nações Unidas sobre a Venezuela, tal uma vez que as organizações nacionais e internacionais de direitos humanos, documentou graves violações dos direitos humanos no país”, destaca a HRW.

Ou por outra, a organização acrescenta que a missão encontrou “motivos razoáveis” para crer que membros do governo Maduro cometeram crimes contra a humanidade, incluindo execuções extrajudiciais, prisões arbitrárias e tortura.

Por último, menciona o caso das “anistias condicionais”, uma vez que as que foram negociadas durante os processos de sossego na Colômbia, afirmando que também podem desempenhar um papel importante.

“No entanto, a proposta do presidente Petro, formulada em termos gerais e amplos, violaria o recta internacional e afetaria os direitos das vítimas de atrocidades”, indica.

A missiva termina com um pedido aos governos de Brasil, Colômbia e México para que levem em conta o que chamam de “recomendações”, a término de encontrar uma solução para a crise na Venezuela.

Até agora, os governos do Brasil, México e Colômbia não responderam à missiva da HRW. A CNN Espanhol entrou em contato com autoridades dos três países para obter reações e comentários, mas não teve retorno até o momento.

Mostrar mais

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo
Fechar

Adblock detectado

Por favor, considere apoiar-nos, desativando o seu bloqueador de anúncios