
Polícia detém manifestantes pró-palestinos em universidades de Boston e Arizona
Estudans pró-Israel e pró-Palestina em acampamento no campus da Universidade da Califórnia, Los Angeles
Frederic J. BROWN
Muro de 100 manifestantes pró-palestinos foram detidos brevemente na manhã deste sábado (27) em um campus de Boston, e outros 69 no estado do Arizona nos episódios mais recentes de um movimento estudantil que se espalha pelos Estados Unidos.
Iniciadas na semana passada na Universidade de Columbia, em Novidade York, estes novos protestos em suporte aos palestinos e contra a guerra que Israel executa na Tira de Gaza foram realizados em vários campi americanos, da Califórnia (oeste) à Novidade Inglaterra (nordeste), passando pelo sul do país.
Em Boston, “aproximadamente centena pessoas foram detidas pela polícia”, informaram as autoridades da Northeastern University na rede X.
“Os estudantes que apresentaram o documento de identificação da Universidade Northeastern foram liberados (…) Aqueles que se negaram a justificar o vínculo foram detidos”, acrescentou o estabelecimento.
Mais tarde, a universidade informou que a espaço do campus onde os protestos foram realizados “estava completamente segura” às 11h30 locais (12h30 de Brasília), “e todas as operações do campus voltou à normalidade”.
Na Universidade do Estado do Arizona (ASU), no sul, forças de ordem “detiveram 69 pessoas depois da instalação de um acampamento não autorizado”, informou o meio de ensino em uma nota, na qual indicou que a “maioria não era estudante ou membro do pessoal da ASU”.
Estas pessoas serão “acusadas de intrusão proibido”, acrescentou.
Nos últimos dias, a polícia realizou detenções em volume nas universidades, fazendo uso de gás lacrimogêneo e pistolas ‘taser’ para dissipar os manifestantes.
– “Infiltrado” –
“O que começou há dois dias porquê um protesto estudantil foi infiltrado por organizadores profissionais sem relação com a Universidade Northeastern”, denunciou o meio de ensino de Boston, cidade histórica do nordeste dos Estados Unidos que também abriga a renomada Harvard.
Os estudantes detidos no campus serão submetidos a “procedimentos disciplinares”, mas “não a medidas jurídicas”, segundo o enviado da universidade.
A reitoria da Universidade Columbia, epicentro do movimento, anunciou que desistiu de recorrer à Polícia de Novidade York (NYPD) para esvaziar o acampamento instalado em seu campus para “não inflamar ainda mais a situação”.
No entanto, afirmou que um dos líderes do movimento, Khymani James, foi proibido de entrar na espaço da universidade.
Em um vídeo divulgado em janeiro, James disse que “os sionistas não merecem viver”. O jovem se desculpou em seguida.
“Cânticos, cartazes, provocações e postagens nas redes sociais de nossos próprios estudantes que ameaçam ‘matar’ judeus são totalmente inaceitáveis. Os estudantes de Columbia envolvidos em tais incidentes serão responsabilizados”, afirmou a universidade.
– Outros campi –
Na Califórnia, a Universidade Politécnica Humboldt anunciou que fecharia o campus até o final do semestre, e que os trabalhos vão seguir remotamente em seguida várias tentativas esta semana de “invasão de múltiplos edifícios”.
Na Universidade da Pensilvânia, seu presidente ordenou dissolver um acampamento em seguida declarar que havia “informações confiáveis de conduta de assédio e intimidação”.
Em 7 de outubro pretérito, militantes palestinos atacaram Israel, matando 1.170 pessoas, segundo um balanço da AFP com base em números oficiais israelenses. Também fizeram reféns tapume de 250 pessoas. Israel estima que 129 permaneçam em Gaza, incluindo 34 que teriam morrido.
Em retaliação, Israel lançou uma ofensiva na Tira de Gaza, que já deixou ao menos 34.356 mortos, em sua maioria mulheres e crianças, segundo o Ministério da Saúde do território palestino.