de caçar nazistas a legitimar a extrema direita na França

JOEL SAGET

Serge e Beate Klarsfeld em foto de 22 de novembro de 2017

JOEL SAGET

Serge e Beate Klarsfeld receberão na segunda-feira uma das principais honrarias da França por seu trabalho incansável de caça aos nazistas ao volta do mundo, uma vida lendária ofuscada nos últimos anos por sua legitimação da extrema direita francesa.

“É a maior recompensa (…) Juntos percorremos um caminho muito longo nos últimos 64 anos e leste caminho tem sido útil para (…) a reconciliação franco-alemã”, afirmou Serge Klarsfeld em uma entrevista à AFP em Paris.

O presidente gaulês, Emmanuel Macron, vai condecorar Serge Klarsfeld, 88 anos, na segunda-feira em Berlim com a Grã-Cruz da Legião de Honra. A sua inseparável esposa Beate, 85 anos, será condecorada porquê Grande-Solene da Legião de Honra.

“Obviamente é importante que aconteça na Alemanha”, disse Beate Klarsfeld, ao explicar que em seu país natal goza de uma imagem de “ovelha negra” desde que deu um tapa em público, em 1968, no portanto chanceler Kurt Georg Kiesinger por seu pretérito nazista.

O par, que se conheceu em 1960, ficou famoso por rastrear líderes nazistas escondidos em todo o mundo e obrigá-los a enfrentar a justiça, porquê Klaus Barbie, “o magarefe de Lyon”, que a Bolívia expulsou para a França em 1983.

Os dois também documentaram o rumo dos judeus deportados pela França e assassinados durante a Segunda Guerra Mundial. O pai de Serge foi um deles: tomado em Nice, no sudeste da França, morreu no campo de concentração de Auschwitz.

O par recebeu a AFP em seu escritório em Paris. Na parede há um planta do campo de Auschwitz II e a primeira página do jornal Morgenpost sobre o tapa de Beate no chanceler germânico.

“Não foi um caminho fácil”, afirma Serge sobre a longa guerra de Beate para que a Alemanha encarasse o pretérito nazista durante o pós-guerra e sobre a sua incansável campanha pelo reconhecimento do Imolação.

– ‘Aliviados’ –

Na França, a voz dos Klarsfeld, que moram em Paris, tem grande influência. Macron agradeceu quando o par publicou anúncios de página inteira em 2017 para proteger sua eleição no segundo vez contra a candidata de extrema direita Marine Le Pen.

“As paisagens que a extrema direita deixou na Europa”, afirmava o proclamação, escoltado da imagem de uma murado de arame farpado. “FN em 2017? Nunca”, acrescentava, em referência à Frente Pátrio, o partido histórico de extrema direita.

Desde que Marine Le Pen assumiu o comando do partido, fundado por seu pai Jean-Marie ao lado de um ex-membro das SS, entre outros, em 2011, ela tenta extinguir a imagem extremista, sem despovoar as críticas à imigração, e decidiu mudar o nome da legenda para ‘Rassemblement National’ (RN, Reunião Pátrio) em 2018.

“Acreditamos que o RN evoluiu de maneira positiva, em pessoal no que diz reverência à atitude com os judeus”, afirma agora Serge, que foi indiciado em 2022 pela associação antirracista SOS Racisme de “contribuir para a banalização da extrema direita”.

“Nos sentimos aliviados, não diria felizes (…) de ouvir a líder do RN reprovar Pétain, Laval, a operação de tomada [de judeus] de Vel d’Hiv em 1942”, acrescenta, mencionando os líderes franceses que colaboraram com os nazistas.

Para o par, a chave para a mudança também está no “escora a Israel”. “Reconhecemos e consideramos que leste partido entrou, pouco a pouco, no círculo dos partidos republicanos”, afirma Serge.

Uma das “vitórias” da luta contra o antissemitismo foi “completar com o negacionismo histórico”, destaca o professor e historiador, preocupado com o aumento dos ataques aos judeus desde 7 de outubro, data do início da guerra na Fita de Gaza.

Ele afirma que o “transe” agora está nos muçulmanos vinculados “ao islamismo fundamentalista” na “extrema esquerda (…) que sempre teve preconceitos antissemitas, contra o capitalismo e razões eleitoreiras para estribar os inimigos de Israel”.

Apesar da mudança de visão sobre o RN, os Klarsfeld ainda consideram o partido de extrema direita germânico AfD “perigoso”. “É antieuropeu e antissemita”, afirma Beate, que celebra o termo da cooperação do partido de Le Pen com a legenda alemã.

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