Aprenda a ler os rótulos dos alimentos

Ler os rótulos evita que os consumidores caiam em armadilhas (Imagem: Prostock-studio | Shutterstock)

Aprenda a ler os rótulos dos mantimentos

Se você deseja se nutrir de forma mais saudável, é importante ter atenção às escolhas feitas no supermercado. Para não tombar em armadilhas, precisa aprender a olhar alguns detalhes nos rótulos. Por fim, eles não existem unicamente para deixar o resultado mais atrativo.

A doutora em Engenharia Química e professora da UniSociesc (instituição privada de ensino superior) Janaina Karine Andreazza, com formação em Engenharia de Víveres, alerta para a valimento desse hábito. Segundo ela, produtos vendidos porquê “saudáveis” podem sustar uma grande quantidade de conservantes, açúcares e gorduras, e o consumidor leva para lar acreditando que fez uma boa compra.

“É preciso produzir o hábito de escolher lendo os ingredientes do resultado, saber a quantidade de gordura, de proteína, de açúcar, de vitaminas que há dentro da embalagem. Muitas vezes você compra um iogurte, por exemplo, achando que vai levar unicamente leite e levedo. Mas, em alguns casos, tem muito mais lá dentro daquela embalagem”, exemplifica.

Mudanças nos rótulos estabelecidas pela Anvisa

Recentemente, entraram em vigor algumas mudanças definidas pela Escritório Vernáculo de Vigilância Sanitária (Anvisa) que vão facilitar a vida de quem está em procura de mais saúde no prato. Essas novas regras da Anvisa ajudarão, mas, ainda assim, a mudança depende da boa vontade de destinar um pouco mais de tempo e atenção na hora da compra.

A principal mudança é que os produtos com altas doses de
açúcares

, gordura saturada e sódio passaram a ter a inserção do símbolo de lupa na segmento superior frontal do rótulo. O objetivo é deixar evidente para o consumidor que o elevado texto desse nutriente pode ser perigoso para a saúde.

Para a profissional, esses ingredientes merecem mesmo essa visibilidade. Por fim, estudos registram relação entre o consumo rotineiro e o maior risco de obesidade, diabetes, problemas cardiovasculares e outras doenças crônicas. Outras alterações importantes são a inclusão de mais informações nas embalagens e a padronização da cor da tábua nutricional, que passará a ter as letras sempre pretas e o fundo sempre branco para facilitar a leitura.

Regras gerais para os produtos processados

Apesar do alerta nas embalagens, não há premência de demonizar mantimentos ultraprocessados. É importante que o consumidor saiba o que está comprando. “Não acho necessário suprimir mantimentos ultraprocessados da lista de compras. Só que é importante que sejam consumidos com bastante moderação, de maneira inteligente. Uma vez que tudo na vida, o que vale é o estabilidade”, avalia. Da mesma forma, Janaina Karine Andreazza acredita que seja válido escolher produtos com valores de vitamina, proteína e carboidratos adequados.

A profissional destaca, no entanto, que um resultado sem o alerta da lupa na embalagem não é necessariamente
saudável.

Muitas empresas ainda não se adequaram. O prazo para que todas estejam cumprindo a novidade regra termina em outubro de 2025.

Desvelo com as pegadinhas

Na hora da compra, normalmente vale a regra da elegância: menos é mais. Quanto menos ingredientes adicionados, mais procedente é o comida. Quando a lista é muito extensa, o consumidor pode se enganar. “Algumas vezes, ele lê e não encontra a vocábulo ‘açúcar’, por exemplo. Mas é que o açúcar está ‘dissimulado’. Pode estar porquê maltodextrina ou em xaropes, porquê o de milho. Tudo é açúcar. Não tem saída. É preciso observar e pesquisar, se necessário”, ensina a profissional.

Uma dica valiosa é: os itens que aparecem primeiro na descrição de ingredientes são os que têm em maior quantidade no resultado. Prefira, portanto, aqueles que são pobres em gordura, sódio e açúcar, mas ricos em fibras.

Zero açúcar e zero lactose

Quem procura comida com zero açúcar ou zero lactose também precisa perfurar o olho. Janaina Karine Andreazza reforça que a legislação brasileira permite certa quantidade de soma desses ingredientes. Às vezes, um rótulo marca “zero açúcar”, mas não é muito assim.

“Tem que prestar atenção, porque o rótulo sempre traz a unidade de medida. Por exemplo, se o substância tiver 0,001 grama, a indústria pode arredondar para zero. A lei permite. Portanto, o consumidor compra achando que não tem açúcar, mas tem. Pouco, mas tem”, diz.

Já em relação à lactose, existe uma outra regra: se o comida tiver 100 mg de
lactose

por mililitro, pode considerar que é zero lactose. Exclusivamente o glúten tem regra mais severa, pois interfere diretamente em doenças autoimunes. Portanto, se tiver unicamente traços de glúten, precisa estar escrito.

Mudança que acontece aos poucos

Mas será que as mudanças farão diferença na escolha do comida? A professora da UniSociesc acredita que sim. Os brasileiros estão se adaptando aos poucos e criando o hábito de ler e entender as embalagens. Uma mudança que pode levar tempo, mas que fará diferença para a saúde e o bem-estar. “Aos poucos, as pessoas vão entender que é nos rótulos que encontramos as informações necessárias para definir se a comida é ou não adequada para o nosso consumo, para a nossa saúde”, finaliza.

Por Genara Rigotti

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