Família do ‘tio Paulo’ diz que empréstimo havia sido pedido em março

Reprodução

Érika está presa posteriormente incidente com tio Paulo

A família de Érika de Souza Nunes revelou ao programa Fantástico da TV GLOBO deste domingo (21) novos detalhes sobre a tentativa de empréstimo envolvendo o tio Paulo Roberto Braga, de 68 anos, encontrado morto em um banco em Bangu
. Segundo documentos apresentados pelos familiares, um empréstimo de R$ 17 milénio foi solicitado em março deste ano, dividido em 84 parcelas de R$ 423, descontados do mercê da LOAS que ele recebia desde agosto pretérito. O objetivo era financiar uma obra na morada onde Paulo Roberto morava com Érika.

José Geraldo Santos, ex-marido de Érika, revela ter fornecido um orçamento para a reforma, incluindo piso, pintura, eletrodomésticos e acessórios para melhorar o conforto do idoso. Paulo Roberto vivia com Érika e seus filhos em uma morada em Bangu há pelo menos 15 anos. Um vídeo mostrado pelo Fantástico mostra o idoso cantando ao lado de José Geraldo no final do ano pretérito.

“Dei o orçamento para ela de todo o material. Ela queria colocar piso, pintar, comprar geladeira, uma televisão novidade para poder deixar lá para ele, uma cadeira de rodas, uma leito mais confortável para que ele sentisse melhor”, disse.

A residência da família possui dois andares, sendo que Paulo Roberto vivia no caminhar superior, mas nos últimos dias estava usando a garagem no térreo devido à sua debilidade física.

Paulo Roberto tinha quatro irmãos que residem fora do Rio de Janeiro. Há pelo menos 15 anos, ele compartilhava uma morada em Bangu com sua sobrinha e três dos seis filhos de Érika. O Fantástico exibiu um vídeo gravado no final do ano pretérito, mostrando-o cantando ao lado do ex-marido de Érika.

A residência da família é de dois andares. No caminhar superior, encontram-se a cozinha, o banheiro, a sala e três quartos. De convénio com relatos de parentes, Paulo Roberto habitava um desses quartos, equipado com uma leito e um armário contendo suas roupas, medicamentos e fraldas. A garagem no caminhar subalterno estava sendo utilizada por Paulo Roberto, mormente nos últimos dias, devido à sua fragilidade física, que o impedia de subir e descer escadas. Era neste espaço que a família planejava realizar a obra. 

“A minha mãe criou seis filhos e nunca precisou roubar ou enganar ninguém. Ela nos ensinou o caminho do estudo, o caminho do que é correto. Eu gostaria que as pessoas fossem mais sensíveis com essa situação. Estamos enfrentando a perda do nosso tio e essa grande mal-entendido com a nossa mãe”, disse o fruto Lucas Nunes dos Santos.

A família também destaca que Érika enfrenta desafios de saúde mental e recebe tratamento com medicamentos psiquiátricos. Relatórios médicos assinados por psiquiatras que a acompanham através do projecto de saúde da família revelam que, em 2022, um médico recomendou sua internação psiquiátrica, apontando sua subordinação de sedativos, quadro de depressão, pensamentos suicidas e alucinações auditivas. No ano anterior, outro psiquiatra também sugeriu a internação devido à subordinação de sedativos e hipnóticos.

“A minha mãe algumas vezes tentou suicídio. Ela vem passando por momentos difíceis, vem passando por transtornos psiquiátricos, já tem séquito psicológico e psiquiátrico. Os remédios muitas vezes causavam alucinações, transtornos”, acrescentou o fruto.

No momento em que a equipe do Serviço de Atendimento Traste de Urgência (Samu) chegou ao banco, pouco antes de confirmar o falecimento de Paulo Roberto, uma gerente se empenhou em realizar massagem cardíaca no idoso. Em seguida perceberem a falta de resposta aos estímulos, funcionários do banco acompanharam Paulo Roberto e Érika até uma sala reservada. Os seguranças da filial portanto retiraram Paulo Roberto da cadeira de rodas, enquanto uma gerente, que optou por não se identificar, tentou reanimá-lo com massagem cardíaca.

“Eu falava “o senhor está me ouvindo?”. Zero, não tinha nenhuma reação. Um sentimento de insuficiência, mesmo fazendo tudo aquilo que estava ao meu alcance…”, relata a gerente do banco.

O médico que prestou atendimento pelo Samu informou à polícia que, ao chegar, Paulo já estava sem vida e apresentava livores post mortem, indicando que o falecimento ocorreu há tapume de duas horas. A morte foi oficialmente declarada às 15h.

De convénio com o laudo de necropsia emitido pelo Instituto Médico-Permitido (IML) de Campo Grande, Paulo Roberto faleceu entre 11h30 e 14h30 da terça-feira. A motivo inicialmente apontada foi um incidente de sufoco com mantimentos, resultando em broncoaspiração e falência cardíaca.

Durante seu testemunho à polícia, Érika mencionou ter percebido a interrupção das respostas de seu tio no momento em que ele estava recebendo assistência dos funcionários do banco.

“Ela sabia que ele estava morto. A cabeça dele está solta e a partir dali ele já não dá mais sinal nenhum. Ela passou horas fazendo aquilo e o que leva a dar mais certeza ainda é a simulação dela de estar conversando com ele, de fazer com que os outros acreditassem que ele estava vivo, mesmo ela não tendo qualquer tipo de resposta dele”, diz o representante Fábio Souza, responsável pela investigação.

Érika de Souza Nunes foi detida em flagrante sob delação de vilipêndio de defunto e rapacidade mediante fraude. Na semana anterior, sua prisão em flagrante foi convertida em prisão preventiva, e ela permanece detida no Multíplice Penitenciário de Bangu. A resguardo protocolou um pedido para revogar a prisão preventiva, entretanto, ainda não há um prazo estipulado para que a Justiça emita uma resposta.

“A resguardo técnica entende, até depois de algumas conversas com a senhora Érika, de que realmente ela não aceitou. É a questão da negação de que ele poderia realmente estar desmaiado, morto naquele momento. Até porque ela conversa com ele, ajeita ele”, afirma Ana Carla de Souza Correa, advogada de Érika.

O médico-legista Fernando Esberard analisou as gravações e acredita que Paulo Roberto estava vivo quando chegou ao estacionamento.

“A gente percebe algumas reações, alguns sinais vitais dele, significa que ele ainda tinha qualquer tônus muscular, ele conseguia ainda mesmo que de uma forma precária mesmo bastante debilitado, ele conseguia ainda concordar o seu pescoço e o seu corpo mesmo que parcialmente”, afirma.

Já o perito criminal Nelson Massini analisou as imagens e afirmou que não viu sinais de que Paulo estivesse vivo desde que chegou ao shopping, no dia 16 de abril.

“O que se pode concluir é que desde o momento em que ele é retirado do coche, posto na cadeira, levado na presença da atendente do banco, com todos aqueles momentos intercalados, em nenhum momento ele teve qualquer mobilidade. Não teve nenhuma reação vital”, avalia o perito.

O corpo de Paulo Roberto foi sepultado no último sábado, no Cemitério de Campo Grande. Surpreendentemente, seus irmãos não compareceram ao velório, que contou com a presença de familiares ligados a Érika e uma pedagoga que se sensibilizou com a história.

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