
Como os jogos olímpicos levantaram o debate dos ‘corpos perfeitos’
Porquê os jogos olímpicos levantaram o debate dos ‘corpos perfeitos’
Começou desde a brecha das Olimpíadas, esse evento grandioso e testemunhado por milhões de pessoas ao volta do mundo, trouxe à tona um debate intenso sobre saúde
pública e apologia à obesidade
: A presença de pessoas obesas em posições de destaque durante as cerimônias gerou uma série de comentários negativos na internet, com frases uma vez que: “ Porquê uma desportista tem esse corpo?
” ou mesmo “ Gorda e preguiçosa
“.
Essa situação levanta uma pergunta importante: Será que existe um corpo ideal para atletas?
Vamos entender: Os atletas dedicam suas vidas ao esporte, passando por treinamentos rigorosos, dietas controladas e rotinas exaustivas. A pluralidade corporal entre os atletas reflete a variedade de modalidades esportivas e a dificuldade do corpo humano. Martelar que um desportista precisa se encaixar em um padrão corporal específico é não somente ignorante, mas também perigoso, podendo levar a distúrbios alimentares e problemas de saúde mental.
A primeira medalha de ouro do Brasil em Paris foi conquistada por Beatriz Souza, uma mulher preta e gorda, praticante de judô. A vitória de Beatriz não é somente um triunfo esportivo, mas também um marco significativo na quebra de estereótipos e padrões gordofóbicos da nossa sociedade. Sua conquista demonstra que todo corpo é capaz e que não existe um corpo padrão para um desportista.
Pesquisas demonstram que o desempenho atlético é influenciado por uma série de fatores, incluindo genética, treinamento, nutrição e mentalidade, e não somente pelo peso corporal.
Diversas modalidades esportivas exigem diferentes tipos de corpo. Outrossim, a saúde metabólica e cardiovascular pode ser óptimo em indivíduos de todas as formas e tamanhos. Estudos indicam que pessoas com sobrepeso ou obesidade podem ter perfis de saúde tão bons quanto, ou até melhores do que, pessoas magras que levam uma vida sedentária.
Precisamos entender que a capacidade atlética não é determinada somente pelo tamanho ou forma do corpo. Atletas com diferentes tipos de corpo podem obter resultados impressionantes, e a saúde não deve ser avaliada somente pela figura física.
A performance, a dedicação e a paixão pelo esporte são os verdadeiros indicadores de um desportista.
Comentários depreciativos e preconceituosos não só afetam a autoestima e saúde mental dos atletas, mas também perpetuam um ciclo de gordofobia e desrespeito na sociedade. Atletas, uma vez que qualquer outra pessoa, são suscetíveis a problemas de saúde mental, e a pressão para se resignar a um ideal corporal pode levar a transtornos alimentares, depressão
e impaciência
.
Porquê psicóloga acredito ser forçoso questionar esses padrões para que possam promover uma visão mais inclusiva e respeitosa. Precisamos incentivar a empatia e a compreensão, reconhecendo que cada corpo é único e valioso.