Depressão pode ser ‘silenciosa’ em crianças; saiba identificar sinais

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Depressão em crianças pode se manifestar por meio de dermatites e problemas gastrointestinais

Apesar de ser muito associada à vida adulta, a  depressão
pode afetar pessoas de qualquer idade – inclusive as crianças. Uma pesquisa de 2022 Organização Mundial de Saúde (OMS) aponta que, em uma dezena, o número de crianças entre 6 e 12 anos em quadros depressivos saltou de 4,5% para 8%.

Considerada uma “doença silenciosa”, a depressão infantil está relacionada a um conjunto de sintomas que, por vezes, são confundidos com problemas comportamentais típicos do desenvolvimento infantil. Além das características típicas da doença em adultos, uma vez que o desinteresse em atividades, distúrbios do sono e fadiga, as crianças também apresentam dificuldade para focar, irritabilidade e problemas na socialização.

“Justamente pelo veste da petiz ainda não conseguir fazer a nomeação dos sentimentos de uma forma tão clara, ela pode somatizar”, explica Caroline da Costa Sousa, técnico em Psicologia e Saúde e pós-graduada em Psicologia da Puerícia.

“Ela pode desenvolver problemas gastrointestinais, dermatite, pode permanecer mais agressiva, mais chorosa, mais apática. Evidente que isso vai variar de petiz para petiz, mas esses são alguns sintomas comuns no quadro”, explica a técnico.

Segundo Caroline, a depressão é um quadro de natureza multifatorial – ou seja, que engloba diversos motivos. Um dos principais é o funcionamento familiar. “Um funcionamento familiar que estaria deficiente tem algumas características uma vez que conflito, sabotagem, competitividade e grave nível de base para petiz. Além de outras coisas uma vez que a negligência, por exemplo, que são mais escancaradas”.

Telas podem aumentar a depressão em crianças

Um estudo recente divulgado pela Universidade Federalista de Minas Gerais (UFMG) aponta que um dos motivos para esse aumento nos registros de depressão entre crianças é o chegada irrestrito a eletrônicos uma vez que celulares, tablets e televisão. Segundo a pesquisa, 72% das crianças avaliadas apresentaram aumento nos sintomas de depressão devido ao uso excessivo de dispositivos.

Para Caroline, um dos motivos para essa relação é o veste das telas “privarem” as crianças de experimentarem o mundo real, o que é imprescindível para o seu desenvolvimento cognitivo e social.

“Pensar que essa petiz, por exemplo, não vai subir em uma árvore, não vai passar, não vai entender regras sociais. Imagine uma petiz sendo privada de isso tudo que enriquece tanto a nossa percepção sobre o mundo, nossos sentimentos, uma vez que também vai ajudando a desenvolver vários aspectos cognitivos, físicos, sociais. Imagine esse mundo muito restrito ao mundo das telas, que tem muita coisa, mas zero que ela possa sentir e ver para ter uma relação com isso”, diz a técnico.

“A petiz não vai desenvolver todas as capacidades para as quais o corpo está prestes”, diz Caroline. “Sem descrever a socialização, que enriquece muito a vida. Se a petiz já está num quadro depressivo e começa a ter comportamentos de isolamento social, a tela não é uma coisa que vai facilitar a sociabilidade dela”, pontua.

Orientações para as famílias

Além do tratamento psicológico, imprescindível em quadros depressivos em qualquer filete etária, Caroline também aconselha os pais a refletirem sobre a dinâmica familiar.

Segundo a técnico, “quando a petiz começa a apresentar problemas de comportamento e emocionais, isso pode estar apontando para um problema de toda a dinâmica familiar e não só da petiz em si”.

“Também é muito importante que os pais possam reconhecer os sentimentos que ela tem. Não negligenciar, levar a sério o que ela está dizendo e ajudar essa petiz a nomear os sentimentos. Se envolver na vida da petiz”, orienta a psicóloga.

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