Superquarta: Brasil e EUA iniciam decisão de juros com perspectivas opostas
As autoridades monetárias dos Estados Unidos e do Brasil iniciam nesta terça-feira (17) os debates para novos rumos dos juros. Os resultados serão publicados na superquarta, com expectativas opostas entre as definições.
Nos EUA, a maior secção das apostas está no golpe de 0,5 ponto pelo Federalista Reserve (Fed), trazendo a inflação para a margem entre 4,75% e 5%, com manutenção de mais cortes ao longo das próximas reuniões, segundo dados da instrumento CME FedWatch.
Já no Brasil, as expectativas do mercado estão para o início de um novo, mas limitado, ciclo de subida da Selic pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Mediano (BC).
Dados do boletim Focus publicados na manhã desta segunda (16), apontam para subida de 0,25 ponto, colocando a taxa básica no patamar de 10,75% ao ano.
As previsões indicam novos aumentos de mesma magnitude nos dois últimos encontros do colegiado neste ano, elevando os juros à taxa terminal de 11,75% ao ano.
Em nota, o Goldman Sachs pontua que o Copom poderia esperar na subida dos juros, porém não agir agora poderia enfraquecer a crédito do mercado na mando monetária.
“Em circunstâncias diferentes, eles talvez pudessem esperar um pouco mais para determinar, mas a dinâmica macro/fiscal/financeira doméstica brasileira é tal que o Copom corre o risco de perder credibilidade se não reagir à clara deterioração do estabilidade de riscos para a inflação e exclusivamente esperar pelo melhor”, disse a equipe do banco.
“Ou seja, se o Fed não cortasse, provavelmente iríamos para um ciclo de subida mais hostil”.
Na mesma risca, o C6 Bank também reconheceu que o Brasil vai na direção oposta ao cenário global e pontuou que desde a última reunião do Copom, em julho, o cenário de inflação se deteriorou, o câmbio ficou mais depreciado e projeções de juros subiram.
Apesar desse quadro, a equipe disse que haveria justificativa para manter os juros estáveis diante da previsão de inflação de 3,2%.
“Vale mencionar que o Fed, banco mediano americano, vai tomar sua decisão de juros horas antes do Copom e deve iniciar um ciclo de atraso monetário, implementando um golpe de 25 pontos-base ou mesmo 50 pontos-base”, escreveu a equipe do C6.
“Acreditamos que esse evento traz mudanças no cenário global que devem influenciar a meio da política monetária em vários países, inclusive no Brasil. Na nossa, visão, o dólar global deve continuar enfraquecendo e sossegar as pressões sobre o real”.
Cenários divergentes
As decisões desta superquarta ocorrem com cenário distintos entre EUA e Brasil, sobretudo nas dinâmicas das atividades econômicas e rumos da inflação.
Enquanto na maior economia do mundo há o temor que os juros mantidos desde julho de 2023 no maior patamar em mais de duas décadas entreguem uma recessão, por cá o aquecimento das atividades têm surpreendido para cima os analistas.
O Resultado Interno Bruto (PIB) do país subiu 1,4% no segundo trimestre perante os três primeiros meses do ano, informou o Instituto Brasílico de Geografia e Estatística (IBGE) no início de setembro. O número superou as expectativas e levou a uma série de revisões do desempenho da economia em 2024 para próximo de 3%.
O ritmo das atividades incide diretamente nas expectativas para a inflação, e os quadros norte-americano e brasiliano também apontam para direções opostas.
Nos EUA, dados mais recentes da despesa de consumo pessoal (PCE, na {sigla} em inglês) — o indicador de preços predilecto do Fed —, subiu 0,2% em agosto.
O número veio em risca com as expectativas do mercado e levou a taxa acumulada em 12 meses desacelerar a 2,5% — o menor patamar desde fevereiro de 2021. O Fed persegue a meta de inflação de 2%.
No Brasil, o Índice de Preços ao Consumidor Extenso (IPCA) registrou deflação de 0,02% no mês pretérito, o primeiro resultado negativo em mais de um ano. Na soma de 12 meses, a inflação doméstica desacelerou para 4,24%. O BC persegue meta de 3%, com tolerância de 1,5 ponto para cima ou para reles.
Apesar desse desempenho em setembro, o mercado prevê que a inflação volte a indicar para cima nos próximos meses, encerrando o ano em 4,35%. O número é semelhante ao esperado pelo governo federalista, de 4,25%, conforme dados do Ministério da Rancho publicados na semana passada.
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