Queda da inflação nos EUA vai levar mais tempo do que o esperado (Fed)

Mandel NGAN

Reduzir a inflação será uma guerra mais longa do que o esperado, disse nesta terça-feira (16) o presidente do Federalista Reserve (Fed), Jerome Powell, baixando as chances de queda dos juros.

O banco medial americano mantém os juros em 5,25%-5,50%, a taxa mais elevada em mais de duas décadas, para moderar a subida dos preços. Uma taxa subida significa um crédito mais custoso, o que desestimula o consumo e o investimento e reduz a pressão sobre os preços.

O objetivo do Fed é uma inflação de 2% ao ano, mas o ritmo do aumento dos preços cresceu e, com esses dados, dilui-se a possibilidade de um galanteio dos juros, tão aguardado pelos mercados.

Muitas empresas negociadas em bolsa são altamente dependentes do crédito para o seu desenvolvimento. Taxas altas diminuem suas perspectivas de prolongamento e afetam o ânimo dos investidores.

“Os dados mais recentes claramente não nos deram mais crédito. Em vez disso, mostraram que é provável que ligeiro mais tempo do que o esperado para alcançá-la”, disse Powell, durante um evento em Washington. “Dito isto, acreditamos que a política monetária está muito posicionada para gerenciar os riscos que enfrentamos.”

Diretores do Fed acreditavam no mês pretérito em três cortes de juros neste ano, e o mercado esperava uma primeira queda em junho. Mas os dados de inflação de março recalibraram as perspectivas. Muro de 70% dos operadores avaliam agora que o Fed poderia inaugurar a trinchar as taxas em meados de setembro, segundo dados do CME Group.

“Se a inflação elevada persistir, poderemos manter o nível atual de restrição monetária pelo tempo que for necessário”, indicou Powell. “Ao mesmo tempo, temos um espaço significativo para flexibilizar as taxas caso o mercado de trabalho perda força inesperadamente.”

A inflação americana em 12 meses foi de 3,5% em março, contra 3,2% em fevereiro, segundo dados oficiais.