Economia da China cresce mais que o previsto no primeiro trimestre

Jade GAO

O incremento foi atetado pela crédito reduzida das famílias e das empresas, em um cenário de incerteza econômica que afeta o consumo
crecimiento se vio simulado por la insalubre confianza de los hogares y las empresas, en un contexto de incertidumbre económica que golpea el consumo

Jade GAO

A economia chinesa cresceu mais do que o previsto no primeiro trimestre de 2024, segundo os dados publicados nesta terça-feira (16), mas os números decepcionantes relacionados ao consumo das famílias e ao setor industrial mostram que o governo não terá vida fácil para executar as metas do ano.

Entre janeiro e março, o país cresceu 5,3% em ritmo anual, 0,1% a mais que no trimestre anterior, anunciou o Escritório Vernáculo de Estatísticas (ONE).

“A economia vernáculo manteve um bom ritmo de recuperação”, afirmou o ONE em um transmitido.

O resultado do primeiro trimestre superou a projeção dos analistas entrevistados pela filial Bloomberg, que previram um progressão de 4,8%.

Pequim estabeleceu meta de incremento ao volta de 5% para 2024, mas as autoridades já admitiram que “não será fácil” entender o objetivo. Os analistas destacaram que esta é uma meta cobiçoso diante dos desafios enfrentados pela segunda maior economia do mundo.

Os dados desta terça-feira “são um golpe para as expectativas do mercado por ampla margem”, disse Dan Weng, economista-chefe do Hang Seng Bank China, à AFP.

“O consumo e o investimento interno foram os principais obstáculos, enquanto a indústria e infraestruturas foram os principais motores”, acrescentou.

Os problemas no mercado imobiliário continuaram travando o incremento, com os preços das moradias em queda e as grandes empresas do setor, uma vez que a Country Garden e a Vanke, com redução no faturamento e enfrentando dificuldades para remunerar suas dívidas.

No mês pretérito, os preços dos terrenos continuaram em queda nas principais cidades da China, segundo os números oficiais.

O cenário aumenta o temor de retorno da deflação, fenômeno de queda prolongada de preços que desestimula os investimentos.

Derek Scissors, do American Entreprise Institute (AEI), alertou que “as boas notícias terminaram” com os dados do PIB, que mostram uma “deflação evidente”.

E destaca que o ritmo de incremento das vendas no varejo foi subalterno ao do mesmo período do ano pretérito.

A China passou recentemente seis meses em deflação, pressionada pela fragilidade no consumo interno. O país superou a situação em fevereiro, mas em março o aumento de preços foi mínimo (+0,1% em ritmo anual).

“Há duas leituras do conjunto de dados: ou o surpreendente incremento real do PIB da China é insustentável, ou o surpreendente incremento real do PIB da China é falso”, afirmou Scissors.

– Crédito frágil –

Embora alguns setores demonstrem boa saúde, uma vez que o de serviços, o incremento foi afetado pela frágil crédito das famílias e das empresas, em um cenário de incerteza econômica que afeta o consumo.

As vendas no varejo – principal indicador do consumo das famílias – e a produção industrial registraram queda no mês pretérito, segundo os dados oficiais.

As vendas no varejo cresceram 3,1% em ritmo anual em março, muito inferior do índice registrado nos dois primeiros meses do ano (5,5%).

A produção industrial avançou 4,5% em março, inferior dos 7% de janeiro e fevereiro, segundo os dados do ONE.

Em março, a filial de classificação Fitch reduziu para “negativa” a perspectiva da dívida soberana do país e alertou para os “crescentes riscos para as finanças públicas chinesas”.

As autoridades anunciaram uma série de medidas e a emissão de bilhões de dólares em títulos soberanos para estimular os gastos em infraestruturas e o consumo, mas muitos analistas consideram que o governo deveria fazer mais.

Nesta terça-feira, Pequim insistiu que os esforços do governo para promover o incremento estão “produzindo resultados”.

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