Entenda como o cérebro processa o beijo
Em 13 de abril é festejado o ‘Dia do Ósculo’, uma data que homenageia essa forma de provar carinho. Neste contexto, entender porquê o cérebro processa o ato do ósculo é adentrar em um fascinante território em que a ciência e a emoção se entrelaçam.
O neurocirurgião e neurocientista, Dr. Fernando Gomes, afirma que o simples ato de trocar olhares com alguém que desperta atração física e afetiva desencadeia um problemático jogo neurológico, que culmina na sintoma do libido de beijar.
As imagens que vemos são analisadas pelos lobos occipitais e, em seguida, transmitidas para o sistema límbico, responsável pelas emoções. Esse fluxo de emoções compartilhadas entre casais desencadeia mudanças no comportamento cerebral, únicas para homens e mulheres, culminando na simetria dos movimentos das bocas durante o ósculo.
Jogo neurológico do ósculo
O médico conta que certas áreas do cérebro precisam ser “desligadas” para que outras áreas possam ser ativadas no momento que antecede o
ósculo
. “Em próprio as amígdalas nos lobos temporais, meio da ‘resguardo’ de fuga ou luta, são ‘desligadas’ e os centros do prazer são ativados, porquê a espaço tegmental ventral do cérebro masculino”, detalha o profissional responsável do livro Neurociência do Paixão
(Ed. Planeta/2017) que aborda mais sobre nascente tema.
Em próprio nas mulheres, o cortex órbitofrontal lateral esquerdo, responsável pelo controle de desejos elementares, silenciam-se também. E, portanto, elas conseguem se despreocupar dos pudores e simplesmente se deixam levar pela troca de sensações do ósculo.
Processo do ósculo no cérebro
Um ósculo é capaz de silenciar as amígdalas cerebrais, permitir a aproximação e aumentar a percepção da presença do parceiro. Os lábios e a língua têm grande representação sensorial no córtex cerebral, se comparados a outras partes do corpo. Ou por outra, o ósculo na boca é muito muito aceito socialmente porquê primeiro
contato físico íntimo
e, nesse momento, o prazer é explorado por meio do contato entre os lábios e a língua.
“Áreas encefálicas profundas, porquê o tronco cerebral e o tálamo, são acionadas em conjunto com o córtex parietal e a ínsula e ainda, durante o ósculo, movimentamos 34 músculos da face e acionamos, bilateralmente, cinco dos 12 nervos da cabeça. Assim, durante o ósculo, o cérebro associa o cheiro e o sabor da boca da outra pessoa a demais informações, porquê o som da respiração e o fragor da seiva deslizando os lábios, além de muita imaginação do que pode estar por vir”, explica o médico.
Diferenças do ósculo para homens e mulheres
O ósculo já foi objeto de um estudo realizado no Lafayette College, nos Estados Unidos, pelo psicólogo Wendy L. Hill e um de seus alunos, que juntos compararam os níveis de ocitocina (“hormônio do paixão”) e cortisol (“hormônio do estresse”) em 15 casais de homens e mulheres enquanto se davam as mãos e conversavam e nos momentos anteriores e posteriores a um ósculo.
“Diferentemente do esperado, os pesquisadores observaram que o nível de
ocitocina
aumentou somente nos homens. Nas mulheres, houve uma queda desse hormônio depois o ósculo e enquanto conversavam de mãos dadas. A hipótese levantada pelos autores é a de que as mulheres provavelmente precisam de mais do que um ósculo para se sentirem conectadas ao parceiro”, diz o Dr. Fernando Gomes.
Isso quer expor que, talvez, elas necessitem de um clima mais romântico, dissemelhante daquele em que o ósculo aconteceu. No entanto, os níveis de cortisol, hormônio que ajuda o organização a controlar o estresse, diminuíram em ambos os sexos, mostrando que o ato de beijar pode realmente reduzir o estresse.
Por Mayra Barreto Cinel