Waack: Ajuste de Lula guiado por imediatismo eleitoral

Desesperado por uma saída política honrosa para trinchar gastos, o governo Lula 3 escolheu as aposentadorias militares porquê objectivo.

Um objectivo fácil, pois os números do Tribunal de Contas da União colocam as aposentadorias militares porquê vice-campeãs dos sistemas previdenciários.

Os números são eloquentes: o valor médio das aposentadorias dos militares é quase o duplo das pensões dos servidores civis e sete vezes maior que a dos segurados pelo regime universal.

Acontece que os números nunca falam sozinhos. A curso militar é considerada uma das mais mal pagas, e quem chega ao topo — porquê general — leva mais de 30 anos e não tem mais tempo para formar uma poupança que garanta uma aposentadoria confortável.

Militares não fazem greves nem piquetes para conseguir reajustes e aumentos dos políticos — daí considerarem a proteção social a eles muito subalterno à das carreiras civis.

É o tipo de questão complexa que demandaria uma abordagem estrutural — coisa na qual falharam sucessivos governos brasileiros, inclusive o de Bolsonaro, que chamava o Tropa de “seu”.

Lula 3 precisa engordar o namoro de gastos falando em brigar também o “marchar de cima”, dizendo que empresas vivem de benesses às custas dos pobres — porquê se o próprio governo do PT não fosse prolífico em renúncias fiscais e tais.

O problema das aposentadorias dos militares remete a dois aspectos abrangentes que não estão sendo abordados: O primeiro é a janela demográfica, que está tornando a questão previdenciária intratável. O segundo é a opção política pelo imediatismo e pela vantagem eleitoreira percebida.

No fundo, estamos empurrando com a ventre uma conta que só está ficando mais rostro.

Mostrar mais

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo
Fechar

Adblock detectado

Por favor, considere apoiar-nos, desativando o seu bloqueador de anúncios