
Enchentes no RS podem causar leptospirose e tétano; veja os sintomas
Militares, bombeiros, profissionais de saúde e voluntários participam da operação de resgate de moradores do bairro Sarandi, cujas casas foram afetadas pelas enchentes, em Porto Feliz
O Rio Grande do Sul enfrenta um preocupante aumento no risco de transmissão de doenças porquê leptospirose, tétano e hepatite A, devido às enchentes que atingem o estado desde o dia 29 de abril.
A região se encontra em situação de calamidade pública, com 414 dos 496 municípios afetados
.
Para prevenir os riscos de adoecimento durante esse período, a Associação Brasileira de Medicina de Emergência (ABRAMEDE) divulgou uma série de recomendações.
Conforme alerta a presidente da ABRAMEDE, Camila Lunardi, tragédias de grandes proporções têm impactos significativos sobre a saúde da população e a infraestrutura dos serviços de saúde. “Em seguida inundações, por exemplo, é provável a ocorrência ou o aumento do número de casos de algumas doenças, porquê leptospirose, hepatite A, tétano eventual, problemas respiratórios e transtornos transmitidos por vetores. Ou por outra, acidentes provocados por animais, afogamentos, traumatismos e choques elétricos também costumam ser verificados”, descreve a médica.
Atenção à chuva
Para a ABRAMEDE, uma das principais orientações para evitar a disseminação de doenças infectocontagiosas nesse período de enchentes está relacionada a ações preventivas de desinfecção da chuva para consumo humano. De concordância com a Associação, nos locais em que a rede de provisão estiver comprometida, é indispensável que a população consuma chuva de fontes seguras (garrafas e galões lacrados).
Na impossibilidade de consumir chuva mineral, é necessário realizar o procedimento de desinfecção caseira da chuva. Para isso, é provável utilizar a seguinte fórmula: a cada um litro de chuva, utilizar duas gotas de solução de hipoclorito de sódio a 2,5%, deixando a mistura repousar por 30 minutos.
Silabário
Para outras informações sobre limpeza e desinfecção de caixas d’chuva, embalagens, utensílios domésticos e pisos, a ABRAMEDE recomenda a leitura da “Silabário com orientações à população quanto aos cuidados com a chuva para consumo humano”, elaborada pelo Ministério da Saúde. Clique cá.
Confira a seguir outras recomendações da ABRAMEDE, com foco na população afetada pelas enchentes:
- Em caso de chuva possante, saia de locais de risco o mais rápido provável. Não existe somente o risco súbito nas inundações, mas também do contágio por infecções, porquê leptospirose, tétano e outras;
- Pessoas atingidas por enchentes estão mais suscetíveis a adoecer. Por isso, fique discreto a sintomas de doenças infecciosas (porquê diarreia, febre, fadiga e dores no corpo). Caso verifique alguma diferença, procure atendimento médico;
- Ao enfrentar uma inundação, se provável, proteja-se com botas plásticas, roupas resistentes e luvas. Se necessário, não hesite em pedir ajuda aos órgãos públicos e não se coloque em situações de risco;
- Em caso de resgate por navio, sinalize o lugar no qual você se encontra pendurando um tecido vermelho ou lanterna no lugar para facilitar a identificação por segmento da equipe de resgate;
- Os atendimentos em emergência serão mais intensos nesta temporada, procure os serviços com consciência;
- Caso sua caderneta de vacinação esteja desatualizada, vacine-se o mais rápido provável. Essa orientação vale para crianças e adultos;
- Em todo o tempo, observe as recomendações das autoridades sanitárias e da Resguardo Social, evitando o pânico ou iniciativas individuais.
Infraestrutura
Outra preocupação da ABRAMEDE é com a oferta de infraestrutura para os trabalhos das equipes de resgate e de saúde. Segundo Camila Lunardi, devido ao aumento da demanda nas unidades de atendimento, é fundamental que as autoridades públicas deem suporte para o pleno funcionamento das atividades de atenção básica e do atendimento de emergência.
“Há sempre a possibilidade da disseminação de patologias. Por isso, os serviços de saúde precisam funcionar com infraestrutura adequada. Só assim os profissionais de saúde conseguem atuar de maneira jeitoso, garantindo que a suspeita diagnóstica, os exames sorológicos e o tratamento sejam instituídos precocemente”, frisa Camila Lunardi.
Sintomas das enfermidades
Leptospirose
“A leptospirose é uma doença bacteriana presente na urina de ratos e outros animais. É transmitida quando a chuva contaminada entra em contato com a pele, principalmente se houver qualquer ferimento exposto, mas também pelos olhos, nariz ou boca. Se apresentar febre, dor de cabeça, urina escura e dores no corpo, sobretudo nas panturrilhas, alguns dias depois o contato com a chuva ou limo contaminada, procure o serviço de saúde mais próximo imediatamente e informe aos profissionais que você vivenciou a enchente”, diz o médico Rodrigo Athanazio, da Melvi Saúde.
A leptospirose tem trato, e o diagnóstico e tratamento podem ser feitos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Hepatite A
Dr. Rodrigo esclarece que a hepatite A é um vírus transmitido pela ingestão de chuva ou mantimentos contaminados. Entre os sintomas mais comuns estão mal-estar, vômitos, febre, náuseas e pele e olhos amarelados.
“A pessoa pode apresentar os sintomas entre 15 e 45 dias depois a exposição ao vírus. A vacina está disponível no SUS para alguns grupos prioritários ou pode ser tomada em clínicas de imunização de forma pessoal.”
Tétano
O tétano é uma infecção causada pela toxina de uma bactéria e pode ser encontrada em diversos ambientes. De concordância com o médico, a contração acontece através de ferimentos ou lesões de pele, porquê cortes ou queimaduras. Os sintomas surgem, em média, entre três e 21 dias e são febre, dificuldade de engolir e contrações musculares. Importante ressaltar que o tétano também pode ser prevenido através da vacinação que está disponível para todos indivíduos no do SUS.
Acidentes com animais peçonhentos
Durante as enchentes, animais porquê cobras, aranhas e escorpiões buscam locais secos para se alojarem. “Se você for picado não amarre, incisão ou chupe o lugar da ferida. Exclusivamente lave com chuva e sabão e procure o serviço de saúde imediatamente”, discorre Dr. Rodrigo.
Se você está se voluntariando para os resgates ou ajudará depois as águas baixarem, mantenha boas práticas: cubra cortes, queimaduras ou arranhões com bandagens à prova de chuva; utilize sapatos e luvas impermeáveis e não ande descalço ou com sapatos abertos; e desvelo ao manusear entulhos.
Rio Grande do Sul
Segundo o último boletim da Resguardo Social, o estado gaúcho contabiliza 95 mortos e mais de 128 desaparecidos. Há ainda 158 milénio pessoas desalojadas, além de tapume de 66,4 milénio pessoas em abrigos. Ao todo, 414 dos 496 municípios do estado registraram qualquer tipo de problema, afetando tapume de 1,5 milhão de pessoas.
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