Azul quer levantar capital após acordo com credores, diz presidente
A companhia aérea Azul quer levantar capital, depois fechar convénio com arrendadores para liquidar muro de R$ 3 bilhões em obrigações, aliviando as preocupações do mercado sobre sua trouxa de dívida, afirmou o presidente-executivo da empresa, John Rodgerson, à Reuters nesta terça-feira (8).
“Nós tínhamos que resolver levante problema primeiro, que já está resolvido, e agora nós podemos levantar capital”, disse Rodgerson em entrevista. “Agora nós podemos olhar para frente e não olhar mais para trás.”
A Azul quer agora captar muro de US$ 400 milhões, disse o executivo, com a possibilidade de usar a Azul Função para levantar dívida conversível no mercado.
A empresa, que domina a indústria brasileira de aviação junto com a Latam e a Gol, também espera a liberação de recursos de uma risco de crédito aprovada pelo governo para concordar companhias aéreas locais.
“Uma vez que nós falamos, nós íamos usar a nossa empresa Azul Função para levantar uma dívida, talvez uma dívida conversível no mercado, para nos fortalecer agora, sabendo que o moeda não vai para o ‘lessor’”, disse Rodgerson.
O executivo ressaltou que a empresa está em conversas “amigáveis” com bondholders, mas que há “várias pessoas” dispostas a emprestar moeda à Azul, expandindo as opções da companhia aérea enquanto a empresa analisa “vários tipos de dívidas” para uma verosímil transação.
“Remove pressões de pequeno prazo”
A Azul anunciou na noite de segunda-feira convénio com arrendadores de aeronaves e fabricantes de equipamentos que envolve a troca de muro de R$ 3 bilhões em obrigações de dívida por emissão de novas ações da empresa.
O convénio envolveu 92% “das obrigações de emissão de ação existentes”, afirmou a Azul em traje relevante, que serão trocadas pela emissão única de até 100 milhões de novas ações preferenciais da companhia.
A ação da Azul encerrou na segunda-feira cotada a R$ 5,75 o que implica que a emissão das ações sob o convénio, se fosse realizada na véspera, representaria um valor de R$ 575 milhões. Nesta terça-feira, os papéis da companhia saltavam muro de 13%, perto de R$ 6,50 cada.
O novo acerto com os credores, se concluído, vai substituir um convénio combinado pela Azul no ano pretérito que previa que os R$ 3 bilhões seriam pagos trimestralmente por meio da emissão de ações ao preço de R$ 36 por papel a partir do terceiro trimestre deste ano até o final de 2027. Na quadra desse convénio, a ação da Azul valia muro de R$ 15.
“Esses acordos representam uma segmento significativa de um projecto abrangente projetado para fortalecer a geração de caixa da Azul e melhorar sua estrutura de capital no horizonte”, afirmou a empresa no traje relevante.
A companhia aérea afirmou ainda que continua em negociações com os detentores dos 8% restantes das obrigações de emissão de ações.
Analistas do JPMorgan afirmaram que a emissão das 100 milhões de ações representa uma diluição de muro de 23% aos acionistas da empresa, com base na cotação de segunda-feira.
“O pregão veio quase em risco com as expectativas sobre uma potencial diluição de 20% a 25%”, afirmou Guilherme Mendes, exegeta do JPMorgan em relatório. “Damos boas vindas ao pregão, pois ele remove as pressões de pequeno prazo sobre um potencial pedido de recuperação judicial da empresa”, acrescentou Mendes, citando que o JPMorgan segue com recomendação “neutra” para a ação da Azul.