
Advogado de González pede que MP da Venezuela não judicialize embate político
O jurista de Edmundo González, José Vicente Haro, afirmou em entrevista exclusiva à correspondente da CNN Luciana Taddeo que entregou um documento ao Ministério Público (MP) da Venezuela explicando a razão pela qual seu cliente não compareceu para depor.
Haro revelou que solicitou ao órgão que não judicialize uma questão que, para a oposição, é política e não judicial.
Segundo o jurista, depois esperar por uma hora e 45 minutos no Ministério Público, o documento foi recebido sem a emissão de um comprovante.
Ele afirmou que tentou restaurar o documento para entregá-lo de forma que pudesse obter um comprovante solene, mas não obteve sucesso.
Situação de Edmundo González
Haro informou que González está “muito dentro do verosímil nestas circunstâncias”. O opositor venezuelano está se movendo entre diferentes residências em Caracas, recebendo espeque com roupas, vitualhas e medicamentos.
Até o momento, o jurista não tem informações sobre ordens de inquietação ou procura na residência de González.
Na segunda-feira (2), a Justiça venezuelana emitiu um mandado de prisão contra o opositor do presidente Nicolás Maduro.
O protector expressou gratidão pela iniciativa de mediação de Brasil, México e Colômbia, mas enfatizou a urgência de ações concretas.
Haro sugeriu que esses países deveriam “pensar fora da caixa” e se confederar a outros atores da comunidade internacional, uma vez que a União Europeia, ONU e Organização dos Estados Americanos, para convocar observadores independentes e verificar as atas eleitorais.
Papel de Lula
Questionado sobre a verosímil influência do presidente Lula (PT) sobre Nicolás Maduro e, consequentemente, sobre o Ministério Público venezuelano, Haro mostrou-se otimista.
Ele afirmou: “Esperamos que ele seja um bom interlocutor para oferecer garantias para que cesse essa perseguição injusta sobre Edmundo González”.
O jurista destacou o histórico de Lula uma vez que mediador e sua abordagem baseada no diálogo, expressando esperança de que o presidente brasílico possa atuar uma vez que um interlocutor eficiente para prometer a segurança de González, que, segundo Haro, está sofrendo uma perseguição injusta na Venezuela.