
Quem é Michel Barnier, novo primeiro-ministro da França visto como conservador
O presidente Emmanuel Macron nomeou nesta quinta-feira, 4, Michel Barnier porquê primeiro-ministro da França, um veterano político de direita e que foi o principal negociador europeu do Brexit, na esperança de romper um impasse político que atinge o país desde as eleições parlamentares inconclusivas há quase dois meses. Escolhido pelo líder gálico para formar “um governo de unidade”, Barnier terá porquê primeira missão obter maioria em um Parlamento dividido em três blocos para evitar uma rápida moção de exprobação.
Pouco sabido na França, o político de 73 anos é membro dos Republicanos (LR), o principal partido conservador do país, mas que vem sofrendo um lento processo de deterioração. Ele foi eleito pela primeira vez para o Parlamento em 1978 e nas décadas de 1990 e 2000 ocupou vários cargos ministeriais em Gabinetes de direita, ficando encarregado do Meio Envolvente, Assuntos Europeus, Relações Exteriores e Cultivação ao longo dos governos de Jacques Chirac e Nicolas Sarkozy.
Também foi três vezes comissário europeu, de 2016 a 2021, tendo liderado as negociações para a saída do Reino Uno da União Europeia. Em 2021, tentou, sem sucesso, ser candidato à Presidência pelos Republicanos. Em sua conta na rede social X, se apresenta porquê um “patriota europeu”, embora também tenha reivindicado um evidente nacionalismo gálico em Bruxelas, sempre preferindo sua língua materna ao inglês em seus discursos.
Barnier é o primeiro-ministro mais velho da História da França — o mais jovem foi seu predecessor, Gabriel Attal. Ele jantou na quarta-feira no Palácio do Eliseu, sede do governo, com Macron, que queria saber suas ideias em primeira mão — o republicano é um político experiente, considerado pela maioria porquê um estadista e com um perfil internacional muito contrastante do líder gálico.
Em uma entrevista ao El País no ano pretérito, Barnier afirmou que não tinha nenhuma agenda pessoal e que queria “cultivar e cultivar” alianças para impedir o que ele labareda de “façanha da extrema direita”. Agora, curiosamente, será esse espectro político que decidirá se ele poderá vingar porquê primeiro-ministro, já que sua nomeação contraria violentamente a coalizão de esquerda Novidade Frente Popular (NFP), que ficou em primeiro lugar nas eleições legislativas, com 193 deputados, mas longe de obter a maioria absoluta de 289 assentos necessária para governar sem impedimentos.
Para tentar sustar a extrema direita nas últimas eleições, a coligação de esquerda, que inclui A França Insubmissa, os Ecologistas, o Partido Comunista e o Partido Socialista, chegou a retirar seus candidatos em alguns círculos eleitorais em obséquio da maioria presidencial que Macron havia reunido. Mas agora, em vez de poder optar um primeiro-ministro — sua indicada foi Lucie Castets, uma técnica praticamente desconhecida — vê um conservador dos Republicanos ocupar o incumbência.
Não à toa, a decisão foi recebida com profunda amargura pela NFP e alguns de seus membros, porquê Jean Luc Melénchon, já estão prometendo lutar contra ela no Parlamento e nas ruas, onde uma revelação anti-Macron foi convocada para sábado. Mas a fileira mais moderada da coligação, o Partido Socialista liderado por Olivier Faure, também não pretende concordar a decisão.
“A negação democrática em seu auge: um primeiro-ministro do partido que ficou em quarto lugar e nem sequer participou da frente republicana. Estamos entrando em uma crise de regime”, postou Faure em suas redes sociais.
Por outro lado, a posição firme de Barnier em relação à imigração irregular pode ajudá-lo a invadir o espeque da extrema direita, que detém 126 assentos no Parlamento. Nas últimas primárias republicanas, ele propôs um referendo para deliberar sobre a reforma das leis de imigração, mas Marine Le Pen afirmou nesta quinta-feira que aguardará o oração solene de apresentação da política do novo premier antes de deliberar sobre a sua eventual exprobação. As condições antecipadas por seu partido, o Reagrupamento Vernáculo, são uma reforma do sistema eleitoral e novas eleições legislativas em 2025.
Por enquanto, Barnier só pode relatar com o espeque dos Republicanos, que têm unicamente 39 deputados no Parlamento, e da coligação de centro-direita de Macron, com 166. Mas isto seria insuficiente diante de uma provável moção de exprobação, caso tanto o Reagrupamento Vernáculo e seus aliados porquê a coalizão de esquerda votassem contra ele, já que os dois blocos juntos totalizariam 335 votos, muito supra dos 289 necessários.
Especialistas avaliam que a longa experiência de Barnier nos círculos do poder deve ajudá-lo na delicada tarefa de encontrar um caminho numa Plenário Vernáculo rachada em três blocos — e com poucos partidos dispostos a trabalhar juntos —, mas sem incerteza, ele precisará da cumplicidade — ou tolerância — de Le Pen para superar seu predecessor e evitar que a próxima cabeça em risco seja a do encarregado de Estado, Emmanuel Macron. Segundo uma pessoa próxima a ele, citada pelo jornal Le Monde, “Michel não está cônscio da deterioração do debate público na França, será um choque”.