
Lula apoia Kamala para fortalecer imagem internacional de apoio à democracia, diz especialista ao WW
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou suporte à candidata democrata Kamala Harris para a Presidência dos Estados Unidos, em uma jogada que especialistas consideram uma vez que uma estratégia para fortalecer sua imagem internacional de protector da democracia.
Segundo a pesquisadora Neusa Maria Bôjikian, integrante do Instituto Pátrio de Ciência e Tecnologia para Estudos sobre os Estados Unidos, a decisão de Lula, embora arriscada, está alinhada com sua agenda de política externa e seus princípios.
Cômputo político e riscos
Em entrevista ao WW desta sexta-feira (1º), Bôjikian explica: “Ao fazer essa enunciação arriscada, o presidente Lula definiu sua posição fazendo seus cálculos. Ele tem uma preocupação com as relações internacionais e a cooperação multilateral, o que está congruente com sua agenda”.
A técnico ressalta que os democratas valorizam o multilateralismo e a cooperação internacional, princípios que se alinham com as aspirações de Lula para um maior engajamento global do Brasil.
“Concordar Kamala Harris pode enviar uma sinalização de intenção de falar a mesma língua em termos de resguardo da democracia, com um governo que compartilha desses valores”, afirma Bôjikian.
Implicações para as relações bilaterais
Apesar dos possíveis benefícios, a enunciação de Lula não está isenta de riscos. A imprevisibilidade das eleições americanas e a possibilidade de vitória de um candidato republicano poderiam fabricar tensões nas relações bilaterais futuras.
No entanto, Bôjikian argumenta que a decisão de Lula provavelmente se baseia em um conta diligente, visando manter a conformidade com os valores defendidos pelos democratas e fortalecer a posição do Brasil no cenário internacional.
A enunciação de Lula surge em um momento de intenso debate político nos Estados Unidos, com as eleições presidenciais se aproximando.
O suporte a Kamala Harris reforça a postura do Brasil uma vez que um ator global comprometido com a democracia e o multilateralismo.