Governo federal pede investigação sobre morte de senegalês em SP

Fabio Rodrigues-Pozzebom/Filial Brasil

Almeida disse ainda que determinou à ouvidora pátrio de Direitos Humanos o comitiva do caso

O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania pediu que a Secretaria de Segurança Pública do Estado São Paulo (SSP-SP) investigue a morte do senegalês Serigne Mbaye, de 36 anos. Ele morreu durante operação da Polícia Militar na região medial da capital paulista, no dia 23 de abril.

“Segundo registros da Ouvidoria Pátrio dos Direitos Humanos do MDHC, as razões que levaram Mbaye a óbito são consideradas suspeitas. Ainda de tratado com as denúncias, a ação policial teria ocorrido sem mandado judicial de procura e consumição, o que resultou em questionamentos sobre o uso da força pelos agentes de segurança, que utilizaram balas de borracha e gás lacrimogêneo contra os moradores”, escreveu o ministro Silvio de Almeida em uma rede social nesta terça-feira (30). O pedido foi feito à SSP-SP no último sábado (27).

Almeida disse ainda que determinou à ouvidora pátrio de Direitos Humanos, Luzia Cantal, o comitiva e monitoramento do caso e a tomada de providências para a correta apuração sobre os procedimentos adotados pelos oficiais que, “ao entrarem no prédio sem autorização judicial, desrespeitaram a Constituição Federalista e agiram de forma violenta contra os residentes”.

O caso

Serigne Mbaye, espargido porquê Talla, morreu depois desabar do sexto andejar de um prédio, durante uma ação de policiais que, no dia 23, entraram na construção sem autorização judicial. Segundo relatos de senegaleses que testemunharam o veste, os policiais entraram no prédio da Rua Guaianazes, abriram várias portas de apartamentos até chegarem à mansão de Mbaye. Quando a vítima percebeu que os policiais estavam forçando e que abririam a porta, ele correu para a janela.

“O outro rapaz esperou um pouco, a polícia entrou, mobilizou ele, e foi detrás do Talla. E aí esse é o momento que a gente não sabe exatamente o que aconteceu, mas que todos os senegaleses que estavam lá [no ato] estão me dizendo que não tinha nenhuma incerteza que o Talla nunca se jogaria e nunca se colocaria em risco a ponto de desabar, porque ele tem dois filhos e porque essa é uma situação mais ou menos corriqueira [na região]”, contou à Filial Brasil a antropóloga Amanda Apoio.

O ato a que Amanda se refere é uma revelação no último dia 25, na qual os participantes pediram a investigação e punição dos policiais militares envolvidos na morte do imigrante. Segundo os manifestantes, a perseguição aos imigrantes senegaleses na região medial é recorrente. Eles rebatem a versão de que o senegalês estivesse envolvido em qualquer violação.

“Eles estão sendo muito perseguidos já, muito antes desse veste ocorrer, eles já vinham sendo muito perseguidos pela polícia. Há muitas semanas, a polícia está invadindo o prédio, subindo de maneira muito aleatória, procurando os apartamentos, abrindo as portas, invadindo alguns apartamentos”, afirmou a antropóloga que esteve no ato e recebeu relatos de familiares e pessoas próximas à vítima.

O grupo presente no protesto cobrou ainda que a morte de Mbaye não seja investigada de forma isolada, porque, segundo os manifestantes, está relacionada ao padrão de vexame que a comunidade vem sofrendo. “É importante que se levante o problema, até porque o terror deles é que outros senegaleses sejam mortos”, alertou a antropóloga.

Em nota, a SSP informou que “policiais militares faziam o patrulhamento no sítio [rua Guaianases] e constataram que, em um prédio na região, era realizado o negócio de celulares roubados. Em diligências, os policiais viram um varão com diversos celulares, no 6° andejar e deram ordem de paragem ao suspeito, que desobedeceu, mas foi impedido”.

Com o varão, teriam sido apreendidos 44 celulares e mais oito aparelhos eletrônicos, no entanto, a SSP não respondeu se os equipamentos eram resultados de roubo ou pilhagem. O rapaz foi liberado pelo solicitador. Segundo a SSP, “um segundo varão tentou fugir pulando pela marquise do prédio”, mas morreu depois a queda. O caso foi registrado porquê receptação, insubmissão e morte eventual no 2° DP (Bom Retiro).

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