Do SPFW ao Magalu: Marina Bitu lança coleção sustentável com fibra de bananeira

Em tempos de consumo impulsivo gerado pelas fast fashions, a marca Marina Bitu vai na contramão, ao se voltar para a valorização da tendência através do trabalho e saberes manuais. Na última edição da São Paulo Fashion Week, a marca cearense apresentou a coleção com texturas e técnicas manuais ancestrais da região do Cariri. Entre as peças, vestidos, camisas, quimonos e calças com barras feitas a partir da filamento de bananeira em parceria com a Associação Fibrarte.

O uso do material proveniente surgiu em seguida buscas da marca por matérias-primas produzidas localmente. Localizada em Missão Velha (504 quilômetros de Fortaleza), a Associação Fibrarte trabalha com todo o processo de produção da filamento. Realizado por 17 mulheres, o trabalho das artesãs dá cor e forma aos secos troncos das bananeiras por meio de um processo totalmente manual que olha para aquilo que seria descartado, resultando em peças cheias de detalhes e características do Brasil. Agora, a associação apresenta uma coleção em colaboração com Bitu.

Em um primeiro momento serão vendidos uma bolsa “minaudiere” (R$ 179) e um chapéu estilo bucket (R$ 359), ambos feitos a partir da material prima da filamento de bananeira trabalhados com técnica de crochet e retoque impermeável, otimizando sua espaço e qualidade.

Marina Bitu: chapéu estilo bucket (R$ 359) feito de palha de bananeira. (Divulgação/Divulgação)

“Desde o início de nossa colaboração com as mulheres da Fibrarte, temos direcionado todas as nossas demandas de peças que utilizam palha para elas. Murado de 11 produtos que estão vigentes em nossa coleção demandam qualquer componente produzido pela Fibrarte”, diz Cecília Baima, sócia e co-fundadora da Marina Bitu.

Os produtos estarão disponíveis no site e aplicativo do Magalu, visto que o projeto faz secção do Mundo Social Magalu, que procura aligeirar e dar visibilidade a negócios de impacto positivo, conectando pequenos empreendedores com consumidores.

“Sabor de falar que o mundo social é um filme, e não uma foto, porque a gente entende que esses parceiros menores têm mais uma lanço de negócio deles. Não há uma questão de exclusividade, eles continuam vendendo no Instagram, WhatsApp e em outras plataformas, mas o Mundo Social é esse espaço onde eles podem ter mais visibilidade”, diz Raíssa Aryadne, responsável pelo Mundo Social Magalu e técnico em variedade e inclusão e responsabilidade social.

“Queríamos solucionar o problema de uma vez que inserir o artesanato brasílico num resultado que gerasse libido, porque a minha geração via o artesanato uma vez que um pouco arcaico. Mas sentimos que as novas gerações têm desejado tocar essas raízes, acessar esses conhecimentos, assim buscamos trabalhar com associações de diferentes tipologias do Nordeste, principalmente do Ceará, por uma questão de logística e acessos, por exemplo”, diz Marina.

As peças estarão à venda a partir de 10 de setembro. Em um primeiro momento serão exclusivamente 20 unidades de cada item, respeitando os limites de produção.

“Sabemos que existe uma questão de colocar um artesanato no lugar do intocável, do impossível e que exclusivamente uma minoria que tem condições de remunerar. Essa colaboração vem muito do libido transformar os produtos em peças acessíveis, além de gerar demanda de trabalho para as mulheres da associação”, diz Marina.

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