Waack: Brasil não tem plano para tirar Maduro do poder
O candidato da oposição na Venezuela, Edmundo González, se autoproclamou hoje presidente do país. O gesto é exclusivamente simbólico e está longe de conseguir gerar, neste momento, a dualidade de poder que poderia, eventualmente, ser o primícias do término da ditadura chavista naquele país.
Até cá, o governo não atendeu aos pedidos de várias partes do mundo, inclusive do Brasil, de publicar as atas oficiais da eleição que Maduro fraudou. O Brasil voltou a martelar hoje na “transparência” dos resultados — exatamente o que a ditadura de Maduro trata de evitar — e conclama as duas partes, ditadura e oposição, ao diálogo.
É uma falsa equivalência. Quem agride, engana e frauda é a ditadura. Quem está sendo reprimida, perseguida e sufocada é a oposição. O governo brasílico se sente respaldado por países uma vez que a França, entre outros, ao pedir que Maduro publique os resultados, mas sem expressar o que vai intercorrer.
Durante quase duas décadas, o PT e Lula se empenharam, inclusive com quantia do tributário brasílico, para prometer a sobrevivência do chavismo e seus desatinos.
Ao que tudo indica, essa cumplicidade não deu ao Brasil do Lula 3 qualquer alavanca sobre o comportamento de Maduro, nem a tentativa de gerar uma espécie de “eixo” de esquerda com os governos da Colômbia e México.
Não existe, porém, nenhum projecto para tirar a ditadura do poder. Lula pede, em termos gerais, o reverência à soberania do povo venezuelano. É exatamente isso que a ditadura chavista desrespeita há muitos anos.
O que Maduro — e aqueles que até cá o apoiaram, uma vez que Lula — fariam de dissemelhante agora?
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