
Tensão geopolítica fez rearmamento nuclear avançar, aponta instituto
(Registo) Moscou fez exercícios com armas nucleares táticas na fronteira com a Ucrânia em maio
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As potências nucleares modernizaram seus arsenais atômicos devido ao aumento da tensão geopolítica, informou nesta segunda-feira (17) um grupo de pesquisadores, que pediu aos líderes mundiais para darem “um passo detrás e refletir”.
“Não víamos as armas nucleares desempenharem um papel tão importante nas relações internacionais desde a Guerra Fria”, disse Wilfred Wan, que dirige um programa sobre as armas de devastação em volume do Instituto Internacional de Estudos para a Tranquilidade de Estocolmo (Sipri, {sigla} em inglês).
Os nove Estados que possuem armas nucleares – Rússia, Estados Unidos, França, Índia, China, Israel, Reino Uno, Paquistão e Coreia do Setentrião – modernizaram seus arsenais, e vários deles implantaram novos sistemas em 2023.
Em janeiro pretérito, 9.585 das mais de 12.000 ogivas nucleares existentes no mundo estavam disponíveis para um potencial uso. Tapume de 2.100 delas foram mantidas em “alerta operacional ressaltado” para serem usadas em mísseis balísticos.
A grande maioria das ogivas nucleares pertence à Rússia e aos Estados Unidos, países que possuem 90% das armas nucleares mundiais.
Pela primeira vez, o Sipri estima que a China possua “algumas ogivas nucleares em estado de alerta operacional ressaltado”, ou seja, prontas para uso inopino.
“Vivemos um dos períodos mais perigosos da história da humanidade”, alertou Dan Smith, diretor do Sipri. “São várias as fontes de instabilidade: rivalidades políticas, desigualdade econômica, perturbações ecológicas e a aceleração da corrida armamentista. Leste é o momento de as as grandes potências darem um passo detrás e refletirem, preferencialmente juntas.”
A Rússia anunciou no ano pretérito a suspensão da sua participação no tratado Novo Start, “o último conformidade de controle que limita as armas nucleares estratégicas da Rússia e dos Estados Unidos”.
O Sipri destacou os exercícios com armas nucleares táticas feitos por Moscou no mês pretérito na fronteira com a Ucrânia.
Embora “o número totalidade de ogivas nucleares diminua à medida que as armas da era da Guerra Fria são desmanteladas”, observa-se anualmente um aumento do “número de ogivas nucleares operacionais”, lamentou Smith, acrescentando que essa tendência deve apressar nos próximos anos.