Para o mundo que eu quero descer

Carlos Humberto/SCO/STF

O legista criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay

Está cada vez mais difícil viver neste mundo. Para quem insiste em ser lúcido e tenta manter viva uma formação humanista, o ar está cada vez mais denso e a respiração fica porquê se tivesse um nó na gorgomilos. A cada dia, acumula-se uma saraivada de novos desastres de todo tipo.

O massacre quotidiano do povo palestino quase saiu do noticiário. É porquê se, em um processo oriundo de resguardo, nós apagássemos da veras toda e qualquer notícia do genocídio quotidiano. No dia a dia, escoltar os bombardeios e as mortes de crianças e de mulheres faz com que cada um de nós encontre rotas de fuga para preservar a sanidade.

Foi assim com os ataques sistemáticos à Ucrânia. No início, era preciso observar os milhões de ucranianos perambulando sem rumo tentando sobreviver. Os estupros, as torturas e as mortes entravam em nossos lares causando revolta e ódio. Com o tempo, muitos optaram por se alongar dos meios de notícia. Porquê se, ao estreitar o controle remoto, a guerra deixasse de viver.

Em Gaza, o sistema de proteção à saúde mental começa a dar sinais de fadiga. Logo em seguida o Tribunal de Haia ter determinado que os ataques a Rafah cessassem imediatamente, Israel fez 60 ataques em 48 horas, matando, no mínimo, 45 pessoas que tentavam se refugiar. E em um sítio onde Israel havia indicado ser seguro para quem fugia: um campo da ONU na Fita de Gaza. Foi uma pusilanimidade, as pessoas foram carbonizadas. O ultradireitista Benjamin Netanyahu teve o desplante de expressar que foi um “acidente trágico”.

E vai piorar.

Há um prolongamento muito possante da extrema-direita em todo o mundo. A fúria do governo Bolsonaro contra a legislação e contra os órgãos de proteção ao meio envolvente é, sem incerteza, uma das causas da tragédia no Rio Grande do Sul. O verdadeiro desmonte que, dolosamente, deu-se nas regras de proteção veio porquê consequência da regra de “passar a boiada”.
Essa ultradireita predatória visa sempre ao lucro rápido e a qualquer dispêndio. Mesmo que isso signifique colocar em risco a própria vida na Terreno.

Sem nenhum organização internacional que tenha realmente eficiência, o sevo Netanyahu segue com seu propósito de extirpar os palestinos da face da Terreno. Sem nenhuma consciência do mal que espalham, os ultradireitistas crescem em cima de um oração e de uma prática de extermínio da natureza, do pobre e do preto.

Qualquer estudo sob o prisma humanista do cotidiano no mundo acaba virando uma teia de aranha aparentemente sem um rumo, um fio condutor. Mas o pior é que tudo está envolvido em uma teia invisível que sufoca qualquer proposta humanitária. A direita ensandecida colocou tudo na mesma panela de pressão: a falta de desvelo com o meio envolvente, as políticas assassinas contra o invisível social, as guerras de ocupação que se espalham, a venda desenfreada de armas, a propagação das fakenews
porquê maneira de fazer política, o fortalecimento das políticas racistas e misóginas,o cerco obsceno aos imigrantes, o prolongamento da penúria, da miséria e das desigualdades, enfim, o mundo caminha para um esgotamento perigoso.

Nesse ritmo, não será suficiente as pessoas simplesmente desligarem o noticiário para evadir da veras. Vai ser impossível viver fugindo de tanta desgraça e de nós mesmos. Ou mudamos a rota de terror dessa política nefasta ultradireitista, ou seremos tragados pela insanidade que destrói, aos poucos, a humanidade em cada um de nós.

Porquê disse o imortal José Saramago: “Não é a pornografia que é obscena, é a penúria que é obscena”.

Com a reparo do grande Miguel Torga: “O mal de quem apaga as estrelas é não se lembrar de que não é com candeias que se ilumina a vida”.

Antônio Carlos de Almeida Castro, Kakay

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