Macron visita Nova Caledônia para tentar restaurar a calma após distúrbios

Ludovic Marin

O presidente da França, Emmanuel Macron, acena ao embarcar em seu avião presidencial no aeroporto de Orly, subúrbio de Paris, em 21 de maio de 2024

Ludovic MARIN

O presidente da França, Emmanuel Macron, chegou nesta quinta-feira (23) ao território gaulês da Novidade Caledônia, em uma tentativa de restaurar a calma “o quanto antes”, posteriormente mais de uma semana de distúrbios que deixaram seis mortos e centenas de feridos neste arquipélago no Pacífico.

Quase um ano posteriormente sua última visitante, em julho de 2023, o avião presidencial pousou na capital Nouméa, onde o presidente tinha várias reuniões agendadas com políticos e empresários locais.

A decisão repentina de Macron de viajar para leste arquipélago gaulês, situado sobre 17 milénio quilômetros, mostra a seriedade com que o governo gaulês vê a crise neste território colonizado pela França em meados do século XIX.

Logo ao transpor de seu avião, Macron disse que seu objetivo era “estar ao lado da população para que haja o mais rápido provável o retorno à sossego, à calma, à segurança”. “Essa é a prioridade absoluta”, afirmou o presidente.

Uma reforma do recenseamento eleitoral na Novidade Caledônia, que o governo espera ser aprovada pelo Parlamento gaulês até ao final de junho, reavivou as tensões entre o povo indígena kanak, sobretudo pró-independência, e os habitantes leais à França.

Paris enviou tapume de 3 milénio agentes de segurança para moderar os distúrbios que deixaram um cenário de carros e escolas incendiados e comércios saqueados. Desde o início dos confrontos em 13 de maio, a polícia deteve 269 pessoas, informaram as autoridades.

Em um de seus primeiros atos no arquipélago, Macron respeitou um minuto de silêncio pelas vítimas desses distúrbios, incluindo dois gendarmes, e garantiu que os reforços de segurança ficarão “o tempo que for necessário”.

– ‘Relação complicada com a história colonial’ –

Durante a visitante a uma delegacia do núcleo de Nouméa, Macron mencionou um “movimento de insurreição absolutamente inédito”, que ninguém previu “com leste nível de organização e violência”.

O presidente indicou que as forças de segurança mobilizadas permanecerão no território “pelo tempo que for necessário, inclusive durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos” de Paris, que terminarão no início de setembro.

Durante a viagem, o gerente de Estado também pretende estabelecer uma missão composta por três funcionários de tá escalão, que “terá porquê objetivo promover o diálogo político”, declarou na quarta-feira o primeiro-ministro gaulês, Gabriel Attal.

Os distúrbios mais intensos em quatro décadas foram desencadeados pelo projecto do governo gaulês de ampliar o recta de voto nas eleições provinciais para aqueles que vivem no território há pelo menos 10 anos.

Muitos kanaks, que representam tapume de 40% da população, temem que esta reforma dilua sua influência nas instituições do arquipélago, mas os residentes que se opõem à independência querem que ela seja aprovada.

“A situação é terrivelmente triste e perigosa”, disse o ex-primeiro-ministro gaulês Edouard Philippe, para quem a França “tem a oportunidade de encontrar uma solução original” para a “complicada relação com sua história colonial”.

O governo gaulês expressou preocupação com a interferência estrangeira na crise — acusando o Azerbaijão de provocar problemas — e as autoridades da Novidade Caledônia declararam ter interceptado um ciberataque “sem precedentes” contra um provedor de internet sítio.

– ‘Mentiram aos nossos ascendentes’ –

O envio de reforços policiais não conseguiu moderar completamente a violência, embora os distúrbios tenham minguado de intensidade neste popular orientação de férias sobre 1.200 quilômetros da costa leste da Austrália.

No início da crise, a França impôs um toque de recolher noturno, proibiu reuniões públicas e a venda de álcool, bloqueou o uso do TikTok e decretou um estado de emergência que, segundo Macron, não será prorrogado se todas as partes desmontarem as barricadas.

Os separatistas kanak, alguns usando máscara, continuam bloqueando as estradas, constataram jornalistas da AFP.

“Mentiram aos nossos ascendentes, mentiram aos nossos anciões com os diferentes acordos que foram assinados […] Estamos cansados de não sermos reconhecidos”, declarou Yamel, um protector da independência do arquipélago.

A voz dos kanak “não se escuta, não se ouve”, afirmou, por sua vez, Mike, de 52 anos, em uma barricada ao setentrião da capital.

Na quarta-feira, mais de 100 pessoas deixaram a Novidade Caledônia e seguiram para a Austrália a bordo de aviões militares. Os voos partiram do pequeno aeroporto de Magenta.

As autoridades australianas e da Novidade Zelândia, reclamaram, no entanto, reclamaram que as operações de evacuação foram dificultadas nesta quinta-feira pela visitante de Macron.

O principal aeroporto internacional da Novidade Caledônia está fechado para voos comerciais, provavelmente até sábado, segundo a empresa que opera o terminal.

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