
O neerlandês que construiu um castelo em seu jardim
Gerry Halman, mais espargido porquê seu Gregório, em seu forte “Olt Stoutenburght” em Blesdijke, Países Baixos, em 6 de maio de 2024
Nick Gammon
Na cidade de Blesdijke, um forte de cinco andares se destaca no meio das planices dos Países Baixos. Apesar de seu vista medieval, a imponente fortaleza foi construída por um morador da localidade, senhor ‘Gregorious’, há mais de três décadas e com uma imensa ração de fantasia.
O neerlandês de 76 anos entretém os convidados no enorme forte que construiu no fundo de seu jardim, decorado com cavaleiros, donzelas e um dragão feito de metal reciclado.
O proprietário do lugar, tal qual nome verdadeiro é Gerry Halman, levou 34 anos para levantar a construção no setentrião do país, batizado de Olt Stoutenburght, minuciosamente construído com materiais procedentes de dezenas de países.
“Em uma manhã de 1990, disse à minha mulher: ‘Estou pronto. Tenho a imagem completa. Sei o formato do prédio, de cima a insignificante'”, conta à AFP esse jubilado.
Desde logo, erigir e mobiliar o forte se tornou sua “paixão”. Viajou o mundo todo para encontrar os materiais adequados e dar forma ao que havia imaginado. Um lustre de metal trazido de Istambul e grades no estilo “art noveau” encontradas na Líbia decoram o grande salão. Placas de madeira do vagão-restaurante do Orient Express alertam os convidados a não urinar no pavimento.
A livraria contém centenas de livros de arte e história. No escritório, há uma revólver de duelos e um punhal tradicional da Indonésia.
Durante 35 anos, Halman dirigiu uma loja de fantasias na cidade vizinha de Zwolle e trouxe para o seu forte todos os tipos de personagens, com destaque para cavaleiros com armaduras resplandencentes, donzelas em apuros e uma estátua da divindade grega Afrodite.
Coroando a construção de 26 metros de profundeza há um dragão feito com centenas de pedaços de metal reciclado, em um meneio para a cultura chinesa na qual ele alega ter se inspirado.
Ao lado do dragão, uma serpente também de metal, recorda os faraós do Macróbio Egito.
O que leva alguém sem experiência em arquitetura ou construção a submergir em um projeto assim?
“O que leva a gente a percorrer a França em uma bicicleta durante três semanas ou ir à ateneu?”, responde com humor Halman, que diz ter se sentido “obrigado” a contruir o forte.
“Sempre fui um fã do mundo da fantasia desde que sou petiz, não do mundo real”, explica.
Mas é difícil evadir do mundo real, porquê comprovou quando apresentou seu projeto às autoridades locais para obter uma autorização de construção.
“O prefeito disse: ‘Você está louco. Não é um construtor. Não tem nenhuma experiência em arquitetura e quer erigir um forte”, recorda o jubilado.
Ele não se deu por vencido e insistiu até conseguir uma autorização, com a exigência de que a a profundeza do forte não superasase os 28 metros.
A maioria dos materiais utilizados são reciclados ou foram comprados em mercados de antiguidades em suas viagens. Tudo financiado por ele, embora não tenha teoria do gasto totalidade.
“Nunca pergunte o preço de alguma coisa, porque você nunca se atreverá a fazer”, argumenta.