
Caixa, celular, trailer: quais elementos a PF tem para investigar homem-bomba
Com uma série de itens descobertos ao longo da quinta-feira (14), a Polícia Federalista (PF) tem mais elementos para investigar o homem-bomba Francisco Wanderley Luiz.
O início da estudo do caso, segundo o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, já apontou ter “indícios de planejamento de longo prazo“.
Agora, os investigadores irão examinar quais informações encontram em uma caixa enterrada perto de um trailler alugado por Wanderley. Eles tão vão calcular o teor do celular que estava com o homem-bomba.
Trailer e caixa
O trailer alugado pelo homem-bomba, segundo o diretor-geral da PF, é um dos indícios de planejamento prévio do atentado.
“Esse trailer foi alugado há alguns meses – não foi uma coisa recente – e estava em um ponto estratégico nas proximidades do STF, o que nos aponta para, de indumentária, um planejamento de médio e talvez de longo prazo e que sinalizam a seriedade de tudo isso que foi feito”, disse Rodrigues na quinta-feira.
Aliás, os investigadores acharam, enterrada perto deste mesmo carro, uma caixa, do qual teor também é analisado pela corporação.
“O trailer estava perto do sege no estacionamento. Tem vários trailers ali de alimento. Esse era mais um deles. Estava ao lado do sege e a caixa estava também nesse mesmo envolvente. Estamos fazendo estudo e identificando se de indumentária pertence a esse mesmo incidente”, explicou Rodrigues.
A PF levou o trailer até um sítio só para que pudesse ser desimpedido e analisado em segurança. Foram encontrados dentro do veículo uma série de materiais explosivos e um celular.
Celular apreendido
O aparelho apreendido com Wanderley passou a ser periciado pela PF em procura de informações e mensagens que pudessem elucidar se Francisco teve base e qual seria seu objetivo.
Antes do atentado, Francisco havia publicado na internet prints de mensagens com ameaças a políticos e citando supostas novas explosões. O homem-bomba fez referências à data do ataque e falava sobre uma “revolução”.
“Zelo ao perfurar gavetas, armário, estantes, repositório de materiais etc. Início 17:48 horas do dia 13/11/2024”, escreveu.
A PF não descarta que Francisco Wanderley Luiz tenha relatado para outras pessoas que iria realizar o ataque, de modo que podem ser acusadas de terem agido com “cumplicidade por preterição”, ou seja, tomaram conhecimento de um delito que poderia ocorrer mas não denunciaram.
Um rebento do homem-bomba ouvido pela PF disse ter recebido mensagem em “tom de despedida” de Francisco. Já a ex-mulher afirma que o ataque foi planejado com o intuito de matar o ministro do Supremo Tribunal Federalista (STF) Alexandre de Moraes.
Imóvel alugado
A polícia também esteve no imóvel alugado pelo homem-bomba em Ceilândia, região administrativa do Região Federalista, sobre 35 quilômetros do meio de Brasília.
Na lar de dois cômodos, o esquadrão anti-bombas encontrou “muitos” explosivos prontos para explosão e utilizou um robô para fazer a checagem preparatório. Andrei Rodrigues disse que a tecnologia foi importante para salvar a vida dos policiais. Um dos explosivos encontrados detonou no momento em que o robô abriu uma gaveta.
Com a explosão, a lar alugada por Francisco ficou completamente destruída. O revestimento de PVC cedeu e um fogão que estava no interno do imóvel foi arremessado ao solo, ficando totalmente destruído.
Ao chegar no sítio, a reportagem da CNN notou um potente cheiro de pólvora e muita sujeira, além de móveis revirados. Durante a operação, ao identificarem materiais inflamáveis na residência, as equipes da polícia encharcaram o envolvente com chuva para prevenir novos riscos, deixando o solo inundado e tapado de limo.
No espelho da lar, Francisco deixou uma mensagem em referência à mulher que pixou a Estátua da Justiça, que fica em frente ao prédio do STF, anunciando o atentado que iria cometer.
“Débora Rodrigues. Por obséquio, não desperdice batom!!! Isso é para deixar as mulheres bonitas!!! Estátua de merda se usa TNT!”, escreveu.
Débora Rodrigues dos Santos foi presa em março por grafar a frase “Perdeu, mané” na estátua localizada em frente ao STF. Ela foi flagrada por fotógrafos pichando o monumento no dia dos atentados de 8 de janeiro de 2023.
De pacto com a PF, os materiais encontrados e as bombas utilizadas, apesar de caseiras, evidenciam o conhecimento técnico de Francisco ao montar os dispositivos.

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