Condenado por ataques do 8/1 é detido em Buenos Aires
Sentenciado a 17 anos de prisão pelos ataques aos Três Poderes em 8 de janeiro do ano pretérito, o brasílico Joelton Gusmão de Oliveira, de 47 anos, que estava homiziado na Argentina, foi impedido na quinta-feira (14) na cidade de La Plata, em Buenos Aires.
De convénio com a polícia da província de Buenos Aires, Gusmão de Oliveira foi impedido posteriormente policiais que percorriam as ruas da cidade observarem que ele tinha uma “atitude suspeita”. O relatório policial diz que, ao averiguar os dados do brasílico, identificaram possuir um pedido de “conquista e detenção” contra ele, posteriormente uma solicitação de extradição pela Justiça brasileira.
“Procede-se à imediata detenção de Gusmão e ulterior traslado”, diz o relatório policial, indicando que ele foi sentenciado no Brasil por supressão violenta do Estado democrático de recta, golpe de Estado, dano qualificado, deterioração de patrimônio tombado e associação criminosa armada.
A filha de Gusmão, Agnes, nega a versão da polícia. Segundo ela, ele foi renovar sua residência provisória em um departamento da Imigração de La Plata, quando foi inteirado que teria que prestar testemunho, porque havia um pedido de extradição contra ele.
“Ele foi levado para prestar testemunho e foi impedido, o que é irregular. Levaram ele sem um tradutor e não deixaram o jurista ter aproximação a ele”, disse à CNN.
Segundo Agnes, a documentação de Gusmão está regular. “Ele foi recluso sem nenhuma justificativa. Não fomos informados do motivo, e a prisão ocorreu quando foi se apresentar [para renovar a documentação] porquê comumente fazia”, afirma.
Essa é a primeira vez que um dos condenados pelos ataques do 8/1, que estão foragidos na Argentina, é impedido. Pelo menos 181 brasileiros pediram refúgio no país desde janeiro deste ano, segundo a Percentagem Pátrio para os Refugiados (Conare), órgão responsável por outorgar asilos políticos. Até o final de setembro, todas as solicitações ainda estavam sendo analisadas.
Em outubro, o ministro do STF Alexandre de Moraes determinou a extradição de 63 brasileiros considerados foragidos da Justiça por ataques de 8 de janeiro. A maioria dos pedidos já foi entregue pela embaixada brasileira para a chancelaria argentina.
Gusmão, no entanto, é solicitante de asilo. Enquanto o pedido é analisado, os solicitantes não podem ser extraditados. De convénio com o Cimeira Comissariado da ONU para Refugiados (Acnur), solicitantes de refúgio também não devem ser detidos.
A polícia provincial de Buenos Aires disse à CNN que Gusmão será posto à disposição da Justiça argentina, que irá estabelecer se ele deve ou não ser solto.