Dólar recua à espera de leilões do BC e inflação dos EUA

O dólar à vista recuava perante o real nesta quarta-feira (14), uma vez que investidores acompanhavam os ganhos de moedas emergentes no exterior e se ajustavam para a realização de dois leilões de risco pelo Banco Meão pela manhã, com os mercados globais à espera de dados de inflação dos Estados Unidos.

Às 10h03, o dólar à vista caía 0,12%, a R$ 5,7419 na venda.

O BC informou na véspera, em expedido, que fará dois leilões de risco (venda de dólares com compromisso de recompra) nesta quarta-feira, das 10h30 às 10h35, com oferta totalidade de US$ 4 bilhões.

O leilão de risco A, com oferta de US$ 2 bilhões, terá porquê data de recompra pelo BC o dia 2 de abril de 2025. Já o leilão de risco B, com oferta de US$ 2 bilhões, terá data de recompra em 2 de julho de 2025.

O último leilão de risco realizado pelo BC havia ocorrido em 20 de janeiro de 2023, quando foram ofertados um totalidade de US$ 2 bilhões.

Tradicionalmente, o BC costuma realizar leilões de risco nos finais de ano, em privativo em dezembro, para atender à demanda por moeda para envio ao exterior. No termo do ano pretérito, porém, o BC não realizou leilões de risco, porque não identificou premência de ofertas extras.

A autonomia não informou o motivo da operação anunciada para quarta-feira.

“Tal atuação fica condicionada à falta de dólar no mercado à vista e tende também a sofrear a volatilidade e a pressão do dólar, justamente oriundo das incertezas pelas medidas fiscais do governo”, disse Marcio Riauba, gerente da mesa de operações da StoneX Banco de Câmbio.

Outro comentador ouvido pela Reuters indicou que o dólar pode registrar perdas adicionais no momento dos leilões.

O mercado segue na espera do pregão de medidas de contenção de gastos pelo governo, à medida que o Executivo procura prometer a sustentação do tórax fiscal no longo prazo.

A morosidade pela divulgação do pacote fiscal, uma vez que o governo prometeu anunciá-lo posteriormente o segundo vez das eleições municipais, tem gerado nervosismo entre agentes financeiros, o que provoca pressão sobre o real.

No cenário extrínseco

O dólar perdia um pouco de sua força recente, recuando contra a maioria de seus pares emergentes, o que também ajudava a moeda brasileira.

O índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — caía 0,05%, a 105,940.

A lema dos EUA tem amontoado ganhos com a crescente perspectiva de que o governo do presidente eleito, Donald Trump, implementará certas medidas, porquê tarifas e cortes de impostos, que serão inflacionárias para o país, gerando premência de a taxa de juros se manter elevada.

O foco desta sessão, no entanto, é a agenda macroeconômica, com destaque para a divulgação de dados de inflação ao consumidor dos EUA, às 10h30. Economistas consultados pela Reuters esperam que o índice registre subida de 0,2% em outubro, perante progresso semelhante em setembro.

 

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