Washington Post perde 200 mil assinantes ao se colocar contra endossos presidenciais

O Washington Post, um dos jornais mais influentes dos Estados Unidos, enfrentou críticas e a perda de mais de 200 milénio assinantes digitais posteriormente anunciar que não apoiaria nenhum candidato na próxima eleição presidencial. A decisão, que impede o endosso à candidatura da atual vice-presidente Kamala Harris, foi defendida pelo proprietário do jornal, Jeff Bezos, em um editorial publicado na última segunda-feira, 28.

Conforme o Wall Street Journal, a medida faz segmento de um esforço maior para fortalecer a percepção de independência do jornalismo praticado pelo Washington Post, segundo Bezos. Todavia, a decisão gerou reações polarizadas e acusações de que o jornal estaria se posicionando politicamente, com o receio de represálias em caso de uma vitória do candidato republicano, Donald Trump.

Cancelamentos de assinaturas

Logo posteriormente a divulgação da decisão, assinantes expressaram insatisfação nas redes sociais e no próprio site do Washington Post. A perda de assinantes chegou a respeito de 8% da base totalidade de 2,5 milhões de assinaturas digitais e impressas (200 milénio assinaturas perdidas até a tarde de segunda-feira), segundo uma reportagem da National Public Radio (NPR).

Esse impacto levou a uma vaga de discussões internas no jornal. David Shipley, editor de opinião do Post, declarou em uma reunião com funcionários que ele e o editor-publisher William Lewis haviam alertado Bezos sobre os riscos de não estribar nenhum candidato tão perto da eleição. Shipley revelou também que teve uma longa conversa com Bezos para discutir o impacto negativo da medida, explicando que o não-endosso poderia enfraquecer a relação do jornal com seus leitores.

Visão de independência no jornalismo

Em seu editorial, Bezos argumentou que a decisão de não estribar candidatos presidenciais se baseia na tentativa de evitar “a percepção de parcialidade” no teor do jornal. Ele afirmou que os endossos de candidatos acabam dando ao público a sensação de que a risco editorial está inclinada em obséquio de um partido ou de uma ideologia, prejudicando a credibilidade do jornal.

Para Bezos, essa é uma mudança necessária para reconstruir a crédito do público no jornalismo. O fundador da Amazon e proprietário do Washington Post acredita que o término dos endossos presidenciais oferece uma oportunidade para o jornal se concentrar em reportagens factuais, sem inclinações partidárias aparentes, promovendo uma postura de maior transparência e independência.

Ele reconheceu que o momento da decisão foi infeliz e expressou que, em retrospecto, a medida poderia ter sido comunicada de maneira mais cuidadosa, principalmente em um contexto tão próximo das eleições. “Desejaria que tivéssemos feito essa mudança em um momento mais distante da eleição,” escreveu Bezos.

Comparações com outros jornais

Outros jornais norte-americanos também estão repensando a prática de endossar candidatos. O Los Angeles Times, por exemplo, optou por não estribar nenhum candidato pela primeira vez desde 2008, uma decisão que gerou insatisfação entre leitores e membros de sua própria equipe editorial. Posteriormente a decisão do Los Angeles Times, três membros do parecer editorial renunciaram, incluindo a editora Mariel Garza.

Os editores do Los Angeles Times justificaram a decisão afirmando que um endosso poderia aprofundar as divisões políticas nos EUA. O proprietário do jornal, Dr. Patrick Soon-Shiong, propôs uma estudo comparativa das políticas dos candidatos, mas a sugestão foi rejeitada pela equipe editorial, que preferiu manter uma postura neutra e silenciosa.

Desde 1928, o Wall Street Journal não endossa qualquer candidato presidencial, mantendo uma política que visa minimizar interpretações de viés em suas análises e reportagens.

Mostrar mais

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo
Fechar

Adblock detectado

Por favor, considere apoiar-nos, desativando o seu bloqueador de anúncios