Bombardeio russo destrói torre de televisão na segunda maior cidade da Ucrânia

Sergey Bobok

Foto tirada em 22 de abril de 2024 em Kharkiv mostra danos à torre de televisão da cidade, em seguida autoridades relatarem um ataque russo

SERGEY BOBOK

Um bombardeio russo destruiu, nesta segunda-feira (22), a torre de televisão em Kharkiv, a segunda cidade da Ucrânia, e as autoridades de Kiev alertaram que um “período difícil” é esperado no front a partir do próximo mês.

As forças russas reivindicaram a tomada de uma novidade localidade a sudoeste da cidade de Donetsk, no leste do país, um novo exemplo da crescente pressão exercida por Moscou na ex-república soviética, invadida em fevereiro de 2022.

A estrutura da torre de televisão de 240 metros desabou pela metade, confirmou um jornalista da AFP. A instalação já havia sofrido danos em seguida outro ataque russo em março de 2022.

“Os ocupantes atacaram uma infraestrutura de televisão em Kharkiv”, confirmou o governador regional, Oleg Synegubov.

“Os funcionários se esconderam durante o alerta. Não houve vítimas”, afirmou, acrescentando que houve “interrupções no sinal da televisão”.

Imagens divulgadas nas redes sociais e gravadas pouco depois do impacto mostram a segmento superior do prédio desabando em uma nuvem de fumaça cinzenta.

A cidade de Kharkiv, onde viviam mais de 1,4 milhão de pessoas antes da guerra e que está localizada perto da fronteira russa, tem sido atacada com mais frequência pelas forças russas nas últimas semanas.

As suas infraestruturas energéticas também foram atingidas, causando grandes cortes de pujança em março.

O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, viajou no início de abril para as linhas defensivas recentemente escavadas nesta região, onde o front fica a respeito de 40 quilômetros de Kharkiv.

– “Situação difícil” –

No front, onde as tropas russas ganham terreno desde a queda de Avdiivka em fevereiro, Moscou reivindicou a tomada da cidade de Novomykhailivka, a respeito de 30 quilômetros de Donetsk.

A cidade está localizada perto de Vugledar, uma localidade no interceptação das frentes sul e leste que a Rússia tenta invadir há dois anos.

Várias cidades caíram nas mãos da Rússia nas últimas semanas, em um momento em que o Tropa ucraniano enfrenta uma escassez de munições e de pessoal militar, e quando a ajuda militar ocidental morosidade a chegar.

Em seguida meses de espera, a Câmara dos Representantes dos EUA aprovou 61 bilhões de dólares em ajuda a Kiev (tapume de 320 bilhões de reais). Mas o texto ainda precisa ser reconhecido pelo Senado e promulgado pelo presidente Joe Biden.

O director da Lucidez Militar ucraniana, Kyrylo Budanov, considerou nesta segunda-feira que a situação no front pode piorar em meados de maio e junho. Será um “período difícil” para a Ucrânia, insistiu.

O Tropa russo “realiza uma operação complexa”, alertou Budanov em uma entrevista ao serviço ucraniano da BBC. “Pensamos que nos espera uma situação difícil em um porvir próximo. Mas temos que compreender que não será catastrófica”, considerou.

Em fevereiro, Moscou conseguiu tomar Avdiivka. E hoje procura invadir Chasiv Yar.

A cidade fica 30 quilômetros a sudeste de Kramatorsk, a principal cidade da região de Donetsk que ainda permanece sob controle ucraniano e constitui um importante núcleo ferroviário e logístico para o Tropa.

Kyiv teme uma ofensiva russa ainda mais poderosa. O comandante-chefe das Forças Armadas ucranianas, Oleksandr Syrsky, alertou em meados de abril que a situação tinha piorado “consideravelmente” na frente leste.

A grande contraofensiva ucraniana do verão de 2023 esbarrou em fortes linhas defensivas russas, que esgotaram os recursos do Tropa ucraniano.

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